A Divina Comédia de Dante Alighieri
Uma viajem pelo inferno e o purgatório pela visão de Dante Alighieri.
Desde os 10 anos eu pegava na biblioteca da minha avó o livro de Dante Alighieri para olhar os incríveis desenhos de Gustavo Dorê. Como adorava rock, os demônios e as ilustrações das penas capitais chamavam mais a minha atenção. Não que o inferno seja mais interessante, os anjos eram legais também, mas os raios, o fogo e os tridentes combinavam mais com rock pesado (rss). Estou colocando aqui todas as ilustrações com o seu texto original, traduzido por José Pedro Xavier Pinheiro para editora Calçadense, em 1956. Chamo a atenção para os desenhos a traço em xilogravura de Gustavo Dorê. A luz e a sombra de seus desenhos são inacreditáveis. A esta matéria, no futuro, será acrescentado a história e a vida destes dois artistas impressionantes. Vou colocar aqui todos os textos de narração, e os 139 desenhos em sua ordem original. No futuro colocarei todo poema épico.Vou postar todos os desenhos na ordem do livro que retrata a passagem de Virgílio pelo Inferno, Purgatório e o Paraíso. Esta é uma matéria dedicada à lembrança da minha avó Morella Viola Netto de Freitas, que amava pintura, desenho e especialmente este livro. Quando eu fazia algo errado, ou tirava notas baixas ela citava na mesma hora: ” Ai de vós ó condenados, deixai aqui toda esperança” .
Acompanhe Dante e Virgílio em sua trajetória e boa viajem.
A Divina Comedia de Dante Alighieri
O poema chama-se “Comédia” não por ser engraçado mas porque termina bem (no Paraíso). Era esse o sentido original da palavra Comédia, em contraste com a Tragédia, que terminava, em princípio, mal para os personagens. Não há registro da data exata em que foi escrita, mas as opiniões mais reconhecidas asseguram que o Inferno pode ter sido composto entre 1304 e 1307-1308, o Purgatório de 1307-1308 a 1313-1314 e por último o Paraíso de 1313-1314 a 1321 (esta última data fecha com a morte de Dante). Dante escreveu a “Comédia” no seu dialeto local, ao criar um poema de estrutura épica e com propósitos filosóficos, Dante demonstrava que a língua toscana (muito aproximada do que hoje é conhecido como língua italiana, ou língua vulgar, em oposição ao latim, que se considerava como a língua apropriada para discursos mais sérios) era adequada para o mais elevado tipo de expressão, ao mesmo tempo que estabelecia o toscano como dialecto padrão para o italiano.O início da jornada
Dante, perdido numa selva escura, erra nela tôda a noite. Saindo ao amanhecer, começa a subir por uma colina, quando lhe atravessam a passagem uma pantera, um leão e uma lôba, que o repelem para a selva. Aparece-lhe então a imagem de Virgílio, que o reanima e se oferece a tirá-lo de lá, fazendo-o passar pelo Inferno e pelo Purgatório. Beatriz, depois,o guiará ao Paraiso. Dante o segue.Entre e continue a viagem pelo inferno de Dante:
Depois da invocação as Musas, Dante considerando a sua fraqueza, duvida de aventurar-se na viajem. Dizendo-lhe, porém, Virgílio que era Beatriz quem mandava, e que, havia quem se interessava pela sua salvação, determina-se seguí-lo e entra com o seu guia no difícil caminho.
Chegam os poetas à porta do inferno, na qual estão escritas terríveis palavras. Entram no vestíbulo encontram o caminho, chegam ao Aqueronte, onde está o barqueiro infernal, Caron, que passa as almas dos danados a oura margem, para o suplício. Treme a terra, lampeja uma luz e Dante cai sem sentidos.
Dante é despertado por um trovão e acha-se na orla do primeiro círculo. Entra depois no Limbo, onde estão os que não foram batizados, crianças e adultos. Mais adiante num recinto luminoso, vê os sábios da antigüidade, que, embora não cristãos, viveram virtuosamente. Os dois poetas descem depois ao segundo círculo.
No recinto luminoso estão: Homero, príncipe da poesia épica. Electra, mãe de Dardano, fundador de Tróia. Enéias, principe Troiano. Heitor, filho de Priano, rei de Tróia. Pentesiléia, rainha das amazonas.
No ingresso do segundo círculo está Minos, que julga as almas e designa-lhes a pena. No repleno dêsse círculo estão os luxuriosos, que são continua lente arrebatados e atormentados por um horrível turbilhão. Aqui Dante encontra Francisca de Rimini, que lhe narra a história do seu amor infeliz.
No terceiro círculo estão os gulosos, cuja pena consiste em ficarem prostrados debaixo de uma forte chuva de granizo, água e neve, e ser dilacerados pelas unhas e dentes de Cérbero. Entre os condenados Dante encontra’ Ciacco, florentino, que fala com Dante acêrca das discórdias da pátria comum.
Plutão, que está de guarda à entrada do quarto círculo, tenta amedrontar a Dante com palavras irosas. Mas Virgílio o faz calar-se, e conduz o discípulo a ver a pena dos pródigos e dos avarentos, que são condenados a rolar com os peitos grandes pesos e trocarem-se injúrias. Os Poetas discorrem sôbre a Fortuna e, depois, descem ao quinto círculo e vão margeando o Estiges, onde estão mergulhados os irascíveis e os acidiosos.
Flegias corre com a sua barca para os dois Poetas serem conduzidos, passando a lagoa, à cidade de Dite. No trajeto encontram a Filipe Argenti, florentino, que discute com Dante. Chegando às portas de Dite, os demônios não o querem deixar entrar. Virgílio, porém, diz a Dante que não lhe falte a coragem, pois vencerão a prova e que não há de estar longe quem os socorra.
Dante pergunta a Virgílio se havia percorrido outra vez o Inferno. Virgílio responde que já percorreu todo o Inferno e narra como e quando. Na tôrre de Dite se apresentam, no entanto, as três Fúrias e depois Medusa, que ameaçam a Dante. Virgílio, porém, o defende. Chega um anjo do Céu que abre aos Poetas as portas da cidade rebelde.
Caminhando os Poetas entre as arcadas, onde estão penando as almas dos heresiarcas, Dante manifesta a Virgílio o desejo de ver a gente nelas sepultada e de falar a alguém. Nisto ouve uma voz chamá-lo. É Farinata degli Uberti. Enquanto o Poeta conversa com êle é interrompido por Cavalcante Cavalcanti, que lhe indaga por seu filho Guido. Continua Dante o começado discurso com Farinata, que lhe prediz obscuramente o exílio.
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