terça-feira, 18 de setembro de 2012

AS BARATAS


Baratas são artrópodes da classe dos insetos. Todavia, para os humanos, elas não tem nenhuma classe e são seres bem asquerosos. Qualquer um de nós é capaz de matar uma barata fácil, fácil. Muitos tem pena dos pássaros, alguns gostam das tartarugas, outros dos pandas, porém ninguém sente qualquer compaixão pelas pobres baratas, aliás todos sentem é nojo só de pensar nelas existindo por ai. Mas a despeito de todo empenho humano aplicado para exterminá-las, elas resistem e estão por toda parte, até mesmo nos lugares mais improváveis. Habitando os cantos mais inusitados, ocupando frestas inóspitas, enfeitando os lindos esgotos da vida ,vivendo dos nossos restos, enfim.

As baratas estão mesmo fadadas a serem bichos escrotos. Para elas não há salvação. Nunca ninguém fundará a sociedade protetora das baratas, nem levará os filhos para visitá-las no jardim zoológico ou no circo. As baratas estão sozinhas nesse mundo cão.

Atento para o fato de que apesar das adversidades as baratas continuam firmes. Inventamos inseticidas cada vez mais potentes, venenos cada vez mais eficazes mas elas resistem e não dão nem sinal de que podem entrar em extinção algum dia. As baratas não estão nem ai. Não ligam pra nada mesmo . Não são de fazer cerimônia. Persuasivas, nunca são bem vindas , embora quase sempre compareçam. E sempre vistas com maus olhos.

As baratas não servem nem de cobaia porque não são de confiança. Ninguém coleciona baratas como fazem com as borboletas. E elas parecem não ser tão unidas quanto as formigas. Embora aparentemente sejam mais livres. Elas sobrevivem sem celular, não vão nunca a teatros e não navegam na Internet, ou seja, elas não tem o mínimo de sofisticação.

As baratas não lêem a bíblia. Elas mofam e ficam a espreita. Na calada da noite surgem timidamente e se instalam onde não foram chamadas. Acho que as baratas já sacaram que os humanos não vão com a sua cara. Elas são bem espertas. Parecem tolas mas não são não. Elas se acham espertas em seu mundinho de bosta e assim como nós vão sobrevivendo.

As baratas são meio chatas e possuem antenas além de patas articuláveis, ah! e também exoesqueleto. Baratas não tem sangue de barata. No lugar do sangue elas tem linfa – uma meleca branca que serve muito bem para elas viverem. Barata não tem medo de barata mas não se arrisca muito com outros bichos. Elas ficam na delas. As mais audaciosas saem voando para desespero das fêmeas da espécie humana que, quando estão naqueles dias, choram. Com as baratas não tem frescura, mesmo as baratas fêmeas são duronas e cospem em tudo. As moscas podem voar bem mais alto embora sobrevivam por apenas algumas horas. A vida de uma barata pode durar semanas para o desespero das pessoas. Como já foi dito as baratas não lêem a bíblia, mas nem por isso vão para o inferno, elas acreditam no seu deus baratão que vai salvá-las no final. Não sabem rezar mas mexem as antenas para manifestar seu apreço pelo inseto superior.

As baratas são alegres e calmas e às vezes agitadas e tristes. Às vezes elas se fingem de mortas ficando de barriga pra cima mas depois ressuscitam e dão no pé. As baratas comem de tudo menos barata, o que já demonstra um certo grau de civilização.

As baratas não dormem nunca, nem escrevem poemas. As baratas são simples, modestas e até simpáticas, quando estão mortas. As baratas não gritam nem se desesperam, pois não são de fazer alarde. Elas suportam.

As baratas velhas ensinam aos seus filhos baratinhas a temer os humanos e a mexer as antenas em louvor ao todo poderoso deus baratão, pobres baratinhas indefesas que são.

Cada transa de uma barata dura em média um segundo. De uma transa bem sucedida podem surgir mais de duzentas baratinhas de uma vez. Essa deve ser uma possível explicação para haver tanta barata assim no mundo. Dizem os cientistas , aqueles caras que estudam as baratas e tudo mais, que somente as baratas resistirão a um desastre nuclear. Como se pode notar as baratas são obstinadas e não são de morrer por qualquer bobagem. Elas não fundaram um sindicato para garantir os direitos da classe por que não leram Marx e portanto estão alienadas. As baratas se trabalhassem numa fábrica certamente seriam exploradas. Ainda bem que elas são autônomas.

As baratas não contam o tempo, elas apenas se entopem de porcarias e depois defecam. Ainda bem que as baratas não são do tamanho dos elefantes. Acho que as baratas não sabem de nada. Nem imaginam o que está por trás de tudo. As baratas são tão distraídas que nem sabem que existem. Elas apenas aparecem ali e ficam.

As baratas não sacam Nietzsche nem nada. Do contrário se tornariam super baratas e zombariam do deus baratão. Além do mais diriam que o deus baratão morreu e que foram as reles baratinhas que o mataram. Mas de fato isso não acontece.

Eu não seria capaz de comer barata nem mesmo por grana. Mas se estiver passando fome quem sabe? Não tenho menos nojo de barata do que de gente. Gente também é bem nojenta. Não gosto de barata mas se fosse um costume antigo ou uma nova moda tê-las por bicho de estimação talvez eu não pudesse resistir e teria uma. Seu nome seria Kafka.
Entretanto, como diz um velho ditado humano – Barata boa é barata morta!

As baratas servem para alguma coisa? Bem, assim como as moscas, os mosquitos e os ratos, elas também prestam para reciclar material orgânico, ou seja, sem eles haveria muito mais sujeira e cadáveres (sem se decompor) por aí. Quer dizer, só as baratas que vivem na natureza, pois as caseiras não empenham nenhum papel ecológico!

As baratas caseiras são apenas 1% das mais de 4000 espécies diferentes que existem na Terra, mas só isso j
causa um enorme estrago entre os seres humanos. Isso por causa da sua alimentação (que é rica em restos de comida e animais e vegetais mortos, e por isso suas patas desseminam várias doenças por onde passam), sua resistência (elas conseguem sobreviver um mês sem comer e vários dias com a cabeça arrancada, e sobreviver à uma explosão nuclear (deve ser por isso que a Usina Nuclear de Springfield vive cheinha delas)), seus pelinhos do traseiro (são chamados de cercis e "capazes de perceber movimentos sutis do ar e lhe permitem obter informações sobre possíveis ameaças, como localização, tamanho e velocidade. Além disso, elas enxergam muito bem, mesmo quando não há luz, e seus ouvidos são capazes de detectar até os passos de outra barata", afirma Ana Carolina Prado, jornalista e escritora do blog Superlistas), além do seu terrível hábito de "roer os lábios das pessoas durante o sono para pegar partículas de alimentos", fala de Ana, outra vez (durma com uma informação dessas! Atenção: Esta frase está em branco, pois pode causar insônia e muito medo para os mais sensíveis, então só selecione-a se for corajoso o bastante ou curioso). O problema é acabar com esses repugnantes insetos, sorte que a Super dá uma dica: "Aerossóis e outros produtos na forma líquida são eficientes contra a barata de esgoto (Periplaneta americana); para matar a barata de cozinha (Blattella germanica), as formulações gel são as mais indicadas.".

Apesar de tudo isso cientistas britânicos descobriram que há uma fonte de antibióticos em suas cabeças! De acordo com as pesquisas deste grupo de cientistas, no cérebro das baratas são acumulados compostos químicos muito potentes, capazes de eliminar super-bactérias! Leia um trecho doartigo escrito por Rodrigo Itao publicado no site Planet WTF: "Os cientistas identificaram nove compostos químicos diferentes nos cérebros das baratas e lagostas, segundo publicou o site especializado Science Daily. Estas substâncias, segundo os cientistas, contêm propriedades antimicrobianas suficientes para matar pelo menos 90% dos Staphylococcus aureus, que são resistentes a meticilina, sem causar danos às células humanas. [...] “Acreditamos que seu sistema nervoso precisa estar continuamente protegido porque se essa proteção quebrar, o inseto morre. Inclusive o animal pode sofrer danos nas suas estruturas periféricas sem morrer”, explicou.".

Existem mais de 5 mil espécies de baratas. Um detalhe: mil vivem no Brasil.

O único lugar onde não existem baratas são as calotas polares – ou seja, os extremos congelantes do planeta.

Das 5 mil espécies de baratas conhecidas, apenas 1% são consideradas pragas urbanas.

A espécie mais comum no Brasil é a Periplaneta Americana (ou barata americana). O curioso é que, apesar do nome, ela tem origem na África. 

O registro fóssil mais antigo de uma barata tem por volta de 200 milhões de anos (prova de que elas conviveram com os dinossauros).

Enquanto um ser humano consegue suportar 12 vezes a gravidade da Terra, a barata é capaz de aguentar 126 vezes.

Uma barata vive entre 5 e 6 meses (depende da espécie), mas é capaz de deixar 800 descendentes.

As baratas possuem pequenos pêlos no abdômen que permitem detectar “vibrações” no ar e descobrir se algum inimigo (uma chinela, por exemplo) se aproxima. Essas vibrações também são percebidas pelos pêlos das pernas.

As antenas funcionam como sensores gustativos, táteis e olfativos.

A audição da barata é tão sensível que ela é capaz de detectar a aproximação de outra barata, bem como pequenos tremores de terra (algo como 0,07 graus na escala Richter).

Baratas transmitem 32 doenças por bactérias, 17 por fungos, 3 por protozoários e 2 por vírus.

Quer uma idéia das doenças transmitidas por baratas? Então, aí vai: cólera, peste, febre tifóide, herpes, poliomielite, conjuntivite…

Algumas espécies de baratas podem sobreviver um mês sem uma gota d´água.

Baratas podem sobreviver vários dias sem a cabeça.

Baratas podem se arrastar dezenas de metros mesmo com as vísceras expostas depois de uma chinelada.

Se uma pata da barata fôr arrancada, ela pode recuperá-la em poucos dias.

Baratas não dormem, mas se recolhem durante o dia. Aliás, não custa avisar: se você costuma encontrar baratas durante o dia em sua casa, é sinal de que a população delas anda muito alta.

Baratas correm tão rápido que, se tivessem o mesmo tamanho de um ser humano, atingiriam com facilidade a velocidade de 320 Km/h.

Um curiosidade bem nojenta (mesmo!!): baratas podem roer os seus lábios enquando você dorme.

Agora, uma curiosidade ainda mais nojenta (meeeesmo!!!!): baratas podem introduzir a cabeça nas narinas de uma pessoa para comer secreções.
Mais afinal, para que serve a barata?

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

E se Os continentes não tivessem se separado?


E Se...

Os continentes não tivessem se separado?

Em um mundo como esse, pobre em biodiversidade, a vida é mais vulnerável – como há poucas espécies, aumentam as chances de que uma única tragédia destrua todas.

 

A Pangea foi um imenso continente que existiu entre 280 e 180 milhões de anos atrás, numa época em que o mundo era habitado pelos dinossauros. Naquele tempo, quase toda a massa continental que hoje compõe as Américas, a Europa, a África, a Oceania, a Ásia e a Antártida estava grudada e formava uma imensa massa contínua de terra . Acontece que os continentes e os oceanos estão assentados numa fina casquinha que flutua ao sabor da correnteza de rocha derretida que recheia a Terra. Com o tempo, essa correnteza despedaçou a Pangea e jogou cada pedacinho para um lado, dando origem aos continentes que conhecemos hoje.

Se essa casquinha fosse mais resistente, ou a correnteza mais fraca, a Pangea continuaria unida até hoje e este seria um mundo bem diferente. O efeito mais imediato é que existiriam menos espécies animais e vegetais sobre a Terra. “O isolamento geográfico aumenta a diversidade biológi- ca”, afirma o paleontólogo Reinaldo Bertini, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro, interior de São Paulo.

Foi a separação dos continentes que fez com que grupos de animais e vegetais tomassem caminhos evolutivos diversos e começassem a se diferenciar. A enorme diversidade das Ilhas Galápagos (América do Sul) e de Madagáscar (África), que se separaram de seus respectivos continentes, são exemplos do efeito dessa divisão. Com a fragmentação da Pangea, o número de espécies de dinossauros cresceu. Os mamíferos, que, naquele tempo, não passavam de pequenos quadrúpedes mais insignificantes que os ratos modernos, também começaram a se diversificar.

O clima também mudaria radicalmente – seria muito mais seco. Hoje, com vários continentes pequenos, os ventos úmidos que sopram do mar levam chuva até o interior. Com a Pangea isso não aconteceria. Haveria uma massa de terra tão imensa que seu centro jamais seria tocado pelos ventos úmidos. Com toda a certeza, proliferariam os desertos e eles seriam muito maiores e mais inóspitos que o Saara. O Brasil, por exemplo, seria árido como o Afeganistão. As florestas, onde se concentra a maioria das espécies, seriam poucas e concentradas no litoral.

Em um mundo como esse, pobre em biodiversidade, a vida é mais vulnerável – como há poucas espécies, aumentam as chances de que uma única tragédia destrua todas. Seria essa Terra que, há 65 milhões de anos, se chocaria com um asteróide, levantando uma imensa nuvem de poeira que bloquearia o Sol e mataria boa parte das plantas. No mundo real, dividido em continentes, esse desastre cósmico foi suficiente para matar de fome os dinossauros, abrindo espaço para que os mamíferos crescessem e conquistassem os ecossistemas. Mas, nesse nosso mundo fictício, o da Pangea, a tragédia teria sido maior ainda. Os mamíferos, que seriam poucos, talvez se extinguissem inteiramente junto com os dinossauros. Com isso, seus descendentes – baleias, vacas, cachorros, macacos, humanos – jamais poderiam nascer.

Mas a tragédia dificilmente varreria toda a vida do planeta. “Sempre sobra alguma coisa”, diz Bertini. É pouco provável que os insetos se extinguissem – eles são pequenos, precisam de pouca comida e provavelmente se alimentariam dos cadáveres dos outros seres. Com o tempo, esses insetos dominariam o planeta e, sem a concorrência de mamíferos e dinossauros, iriam lentamente ganhar tamanho. Nesse cenário, a Terra chegaria aos dias de hoje dominada por formigas enormes, moscas imensas, baratas gigantes. Que bom que a Pangea se dividiu.