terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Caçadores de naufrágios se deparam com descoberta misteriosa no mar Báltico

As informações originais retirei da CNN.

Uma equipe sueca de caçadores de tesouros marítimos acredita ter feito a descoberta de suas vidas. O único problema é que não fazem ideia do que exatamente descobriram.

Procurando por navios naufragados em uma localização secreta entre a Suécia e a Finlândia, a companhia de salvamento Ocean Explorer registrou uma imagem incrível a mais de 80 metros da superfície da água.
À primeira vista, o líder da equipe e mergulhador comercial, Peter Lindberg, brincou que sua equipe tinha acabado de descobrir um objeto voador não identificado, ou  UFO (OVNI).
Tenho feito isso há quase 20 anos, então já vi alguns objetos no fundo (do mar), mas nada como isto“; declarou Lindberg. Ele ainda disse que estavam há 9 dias em alto mar e já estavam cansados, mas resolveram fazer uma última busca com o sonar e de repente capturaram essa “coisa”.
Utilizando um sonar de varredura lateral, a equipe encontrou um objeto cilíndrico de 60 metros de diâmetro com uma “cauda rígida” de 400 metros. Em outra passagem sobre o objeto, o sonar mostrou uma segunda forma discóide há 200 metros de distância.
A equipe de Lindberg acredita que os objetos são muito grandes para terem caído de algum navio ou embarcação ou serem parte de um naufrágio, mas não fazem ideia do que pode ser aquilo.
Segundo Lindberg, já ouviram todo tipo de “explicação” para o achado: desde que é a nave Millennium Falcon, de George Lucas, até de que aquilo é algum tipo de “plugue” ou “tampa” para o “interior do mundo” ou para o “inferno” ou algo do gênero. É claro que a única forma de esclarecer o mistério é descendo lá para ver de perto.
Andreas Olsson, chefe de arqueologia do Museu Marítimo Sueco, admite estar muito intrigado pela imagem registrada, mas se mantém cético com relação ao que ela pode ser. A confiabilidade da técnica de escaneamento do sonar utilizado pela equipe é uma de suas maiores preocupações, já que ela torna difícil determinar se o objeto é uma formação geológica natural ou algo completamente diferente. Vários parâmetros podem interferir na captura da imagem, segundo Olsson. E mesmo Lindberg admite que a imagem não é a melhor possível. Mas sua equipe já planeja voltar ao local na primavera, quando as águas estarão mais calmas, para investigar seu achado.

Marte – Fotos comprovam vida inteligente

A imaginação humana em relação a Marte sempre foi fértil. Por alguma razão, Marte foi tema de numerosas histórias e livros de ficção. Que tipos de paisagens existem ali? Que formas de vida habitarim esse planeta (homens, plantas e animais)? Serão estas formas de vida suficientemente inteligentes e evoluídas para nos contatarem?
Há mais de 100 anos as ficções científicas mostram o homem explorando Marte. Também mostram invasões de estranhos homens verdes vindos do planeta vermelho atacando e conquistando a Terra.
O interessante é que hoje, mais do que nunca, a polêmica sobre a vida em Marte está tomando novos rumos. Fotos tiradas das sondas espaciais estão revelando imagens insólitas, difíceis de ser explicadas pelos céticos. Como por exemplo o famoso “rosto marciano”. Há mais de 30 anos, foi divulgada uma controversa, e depois muito famosa, foto tirada pela Nasa do que foi batizada como O Rosto Marciano ou Esfinge Marciana.
O Rosto Marciano foi fotografado em 1976 pela sonda norte-americana Viking, quando esta sobrevoava a superfície da área denominada Cydonia. Na época, a Nasa disse que era apenas um simplório truque de “luz e sombras”, amparado pelo “fato” de que uma segunda foto, tirada “duas horas depois”, não revelava esse rosto.
Nas décadas passadas, fotos eram tiradas a cerca de 20 mil quilômetros de altura da superfície marciana, e isso era a “grande prova” da não existência de vida, principalmente humana e inteligente, em Marte. Sobre isso, diz o VM Samael:
“O foguete que fotografou Marte não é uma maravilha da ciência. As péssimas fotografias tiradas a 17 mil quilômetros de distância não podem assegurar se existe ou não vida em Marte. Resulta estúpido deduzir de uma péssima fotografia a realidade vital sobre o planeta Marte. As inumeráveis crateras de Marte não significam que este seja um mundo morto como a Lua.
Se se fotografasse a Terra a uma distância de 17 mil quilômetros, é lógico que a fotografia seria similar às que se obtiveram em Marte. Então, veríamos, em ditas fotografias, algo brumoso, cheio de inumeráveis crateras.
Nenhuma fotografia de tipo cósmico pode nos informar o oxigênio que haja ou não haja em determinado planeta.
Mesmo que os senhores patifes se sintam muito molestos e lancem contra nós toda a sua baba difamatória, a realidade é que, em distintos lugares da Terra já existem grupos seletos de pessoas que estão em direto contato com os habitantes de Marte, Mercúrio, Vênus etc.”
Até aqui, as palavras do Mestre Samael. Para corroborar as palavras dos grandes contatados, entre eles o próprio Mestre Samael, de que há vida e vida inteligente em Marte, observe e estude detidamente as fotos tiradas pelas sondas americanas que estiveram ou ainda se encontram ao redor ou no solo marciano. E tire suas próprias conclusões.
As famosas pirâmides gigantescas de Cydonia
Gigantesca torre em Marte
Objeto movendo-se dentro de um túnel
a altíssima velocidade
Estranho objeto
movendo-se em duplo túnel
Gigantesco Ufo fotografado
nos céus de Marte
pela sonda Spirit
Gigantescas torres de pedra
semelhantes a Stonehenge
Monólito gigantesco fotografado
pela sonda Phobos 2
Objeto ovalado de grandes proporções
no Vale Marineris
Ufo fotografado pela sonda Phobos, com 30 km
de comprimento e 1,5 km de largura
Ufo de 25 km de comprimento sobre Fobos,
uma das duas luas de Marte
Estruturas artificiais na região de Hydroate Chaos,
lembrando conjunto de casas
Dezenas de objetos metálicos
no Polo Norte marciano
Região marciana de Cydonia, onde se encontram
a cabeça da Esfinge e as gigantescas pirâmides

Mistérios de Marte – Faces e Pirâmides

(Escola De Atenas) Pitágoras

Pitágoras


Pitágoras de Samos (em grego antigo Ὁ Πυθαγόρας ὁ Σάμιος, transl. Ho Pythagóras ho Sámios – trad. "Pitágoras o Samiano", ou simplesmente Ὁ Πυθαγόρας) foi um filósofo ematemático grego que nasceu em Samos entre cerca de 571 a.C. e 570 a.C. e morreu emMetaponto entre cerca de 497 a.C. ou 496 a.C.
A sua biografia está envolta em lendas. Diz-se que o nome significa altar da Pítia ou o que foi anunciado pela Pítia, pois mãe ao consultar a pitonisa soube que a criança seria um ser excepcional.
Pitágoras foi o fundador de uma escola de pensamento grega denominada em sua homenagem de pitagórica. Teve como sua principal mestra, a filósofa e matemáticaTemstocléia 

Biografia


Da vida de Pitágoras quase nada pode ser afirmado com certeza, já que ele foi objeto de uma série de relatos tardios e fantasiosos, como os referentes a viagens e contatos com as culturas orientais. Parece certo, contudo, que o filósofo tenha nascido em 570 a.C. na cidade de Samos.
Fundou uma escola mística e filosófica em Crotona (colônias gregas na península itálica), cujos princípios foram determinantes para a evolução geral da matemática e da filosofia ocidental sendo os principais temas a harmonia matemática, a doutrina dos números e o dualismo cósmico essencial.
Acredita-se que Pitágoras tenha sido casado com a física e matemática grega Theano, que foi sua aluna. Supõe-se que ela e as duas filhas tenham assumido a escola pitagórica após a morte do marido.
Os pitagóricos interessavam-se pelo estudo das propriedades dos números. Para eles, o número, sinônimo de harmonia, constituído da soma de pares e ímpares - os números pares e ímpares expressando as relações que se encontram em permanente processo de mutação -, era considerado como a essência das coisas, criando noções opostas (limitado e ilimitado) e sendo a base da teoria da harmonia das esferas.
Segundo os pitagóricos, o cosmo é regido por relações matemáticas. A observação dos astros sugeriu-lhes que uma ordem domina o universo. Evidências disso estariam no dia e noite, no alterar-se das estações e no movimento circular e perfeito das estrelas. Por isso o mundo poderia ser chamado de cosmos, termo que contém as idéias de ordem, de correspondência e de beleza. Nessa cosmovisão também concluíram que a Terra é esférica, estrela entre as estrelas que se movem ao redor de um fogo central. Alguns pitagóricos chegaram até a falar da rotação da Terra sobre o eixo, mas a maior descoberta de Pitágoras ou dos seus discípulos (já que há obscuridades em torno do pitagorismo, devido ao caráter esotérico e secreto da escola) deu-se no domínio da geometria e se refere às relações entre os lados do triângulo retângulo. A descoberta foi enunciada no teorema de Pitágoras.
Pitágoras foi expulso de Crotona e passou a morar em Metaponto, onde morreu, provavelmente em 496 a.C. ou 497 a.C..

A escola de Pitágoras


Segundo o pitagorismo, a essência, que é o princípio fundamental que forma todas as coisas é o número. Os pitagóricos não distinguem forma, lei, e substância, considerando o número o elo entre estes elementos. Para esta escola existiam quatro elementos: terra, água, ar efogo.
Assim, Pitágoras e os pitagóricos investigaram as relações matemáticas e descobriram vários fundamentos da física e da matemática.
O pentagrama era o símbolo da Escola Pitagórica.‎
O símbolo utilizado pela escola era o pentagrama, que, como descobriu Pitágoras, possui algumas propriedades interessantes. Um pentagrama é obtido traçando-se as diagonais de um pentágono regular; pelas intersecções dos segmentos desta diagonal, é obtido um novo pentágono regular, que é proporcional ao original exatamente pela razão áurea.
Pitágoras descobriu em que proporções uma corda deve ser dividida para a obtenção das notas musicais no início, sem altura definida, sendo uma tomada como fundamental (pensemos numa longa corda presa a duas extremidades que, quando tangida, nos dará o som mais grave - e a partir dela, gerar-se-á a quinta e terça através da reverberação harmônica. Os sons harmônicos. Prendendo-se a metade da corda, depois a terça parte e depois a quinta parte conseguiremos os intervalos de quinta e terça em relação à fundamental. A chamada SÉRIE HARMÔNICA. À medida que subdividimos a corda obtemos sons mais altos e os intervalos serão diferentes. E assim sucessivamente. Descobriu ainda que frações simples das notas, tocadas juntamente com a nota original, produzem sons agradáveis. Já as frações mais complicadas, tocadas com a nota original, produzem sons desagradáveis.
O nome está ligado principalmente ao importante teorema que afirma: Em todo triângulo retângulo, a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.
Além disto, os pitagóricos acreditavam na esfericidade da Terra e dos corpos celestes, e na rotação da Terra, com o que explicavam a alternância de dias e noites. A filosofia baseou uma doutrina chamada Filosofia explanatória Cristo-Pitagorica.
A escola pitagórica era conectada com concepções esotéricas e a moral pitagórica enfatizava o conceito de harmonia, práticas ascéticas e defendia a metempsicose. A propósito, no seu livro A Vida de Apolónio de Tiana, Filóstrato escreveu que Pitágoras não só sabia quem era como quem tinha sido [2].
Durante o século IV a.C., verificou-se, no mundo grego, uma revivescência da vida religiosa. Segundo alguns historiadores, um dos fatores que concorreram para esse fenômeno foi a linha política adotada pelos tiranos: para garantir o papel de líderes populares e para enfraquecer a antiga aristocracia, os tiranos estimulavam a expansão de cultos populares ou estrangeiros.
Dentre estes cultos, um teve enorme difusão: o Orfismo (de Orfeu), originário da Trácia, e que era uma religião essencialmente esotérica. Os seguidores desta doutrina acreditavam na imortalidade da alma, ou seja, enquanto o corpo se degenerava, a alma migrava para outro corpo, por várias vezes, a fim de efetivar a purificação. Dioniso guiaria este ciclo de reencarnações, podendo ajudar o homem a libertar-se dele.
Pitágoras seguia uma doutrina diferente. Teria chegado à concepção de que todas as coisas são números e o processo de libertação da alma seria resultante de um esforço basicamente intelectual. A purificação resultaria de um trabalho intelectual, que descobre a estrutura numérica das coisas e torna, assim, a alma como uma unidade harmônica. Os números não seriam, neste caso, os símbolos, mas os valores das grandezas, ou seja, o mundo não seria composto dos números 0, 1, 2, etc., mas dos valores que eles exprimem. Assim, portanto, uma coisa manifestaria externamente a estrutura numérica, sendo esta coisa o que é por causa deste valor.


Principais descobertas

Além de grandes místicos, os pitagóricos eram grandes matemáticos. Eles descobriram propriedades interessantes e curiosas sobre os números.


Números figurados

Os pitagóricos estudaram e demonstraram várias propriedades dos números figurados. Entre estes o mais importante era o número triangular 10, chamado pelos pitagóricos de tetraktys, tétrada em português. Este número era visto como um número místico uma vez que continha os quatro elementos fogo, água, ar e terra: 10=1 + 2 + 3 + 4, e servia de representação para a completude do todo.

α
α α
α α α
α α α α

A tétrada, que os pitagóricos desenhavam com um α em cima, dois abaixo deste, depois três e por fim quatro na base, era um dos símbolos principais do seu conhecimento avançado das realidades teóricas. Representação toda perfeita em si de qualquer um dos lados que se observe.


Números perfeitos

A soma dos divisores de determinado número com exceção dele mesmo, é o próprio número. Exemplos:
  1. Os divisores de 6 são: 1,2,3 e 6. Então, 1 + 2 + 3 = 6.
  2. Os divisores de 28 são: 1,2,4,7,14 e 28. Então, 1 + 2 + 4 + 7 + 14 = 28.


Teorema de Pitágoras


Uma das formas de demonstrar o Teorema de Pitágoras.
Um problema não solucionado na época de Pitágoras era determinar as relações entre os lados de um triângulo retângulo. Pitágoras provou que a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.
O primeiro número irracional a ser descoberto foi a raiz quadrada do número 2, que surgiu exatamente da aplicação do teorema de Pitágoras em um triângulo de catetos valendo 1:
1^2 + 1^2 = x^2 \Rightarrow x^2 = 2 \Rightarrow x=\pm\sqrt{2}
Os gregos não conheciam o símbolo da raiz quadrada e diziam simplesmente: "o número que multiplicado por si mesmo é 2".
A partir da descoberta da raiz de 2 foram descobertos muitos outros números irracionais.


Reitor da primeira universidade

Estátua de Pitágoras.
Pitágoras,
pormenor d'A escola de Atenas deRaffaello Sanzio (1509).
A palavra Matemática (Mathematike, em grego) surgiu com Pitágoras, que foi o primeiro a concebê-la como um sistema de pensamento, fulcrado em provas dedutivas.
Existem, no entanto, indícios de que o chamado Teorema de Pitágoras (c²= a²+b²) já era conhecido dos babilônios em 1600 a.C. com escopo empírico. Estes usavam sistemas de notação sexagesimalna medida do tempo (1h=60min) e na medida dos ângulos(60º, 120º, 180º, 240º, 360º).
Pitágoras percorreu por 30 anos o Egito, Babilônia, Síria,Fenícia e talvez a Índia e a Pérsia, onde acumulou ecléticos conhecimentos: astronomia, matemática,ciência, filosofia, misticismo e religião. Ele foi contemporâneo de Tales de Mileto, Buda, Confúcio e Lao-Tsé.
Quando retornou a Samos, indispôs-se com o tirano Polícrates e emigrou para o sul da Itália, na ilha de Crotona, de dominação grega. Aí fundou a Escola Pitagórica, a quem se concede a glória de ser a "primeira Universidade do mundo".
A Escola Pitagórica e as atividades se viram desde então envoltas por um véu de lendas. Foi uma entidade parcialmente secreta com centenas de alunos que compunham uma irmandade religiosa e intelectual. Entre os conceitos que defendiam, destacam-se:
  • prática de rituais de purificação e crença na doutrina da metempsicose, isto é, na transmigração da alma após a morte, de um corpo para outro. Portanto, advogavam a reencarnação e a imortalidade da alma;
  • lealdade entre os membros e distribuição comunitária dos bens materiais;
  • austeridade, ascetismo e obediência à hierarquia da Escola;
  • proibição de beber vinho e comer carne (portanto é falsa a informação que os discípulos tivessem mandado matar 100 bois quando da demonstração do denominado Teorema de Pitágoras);
  • purificação da mente pelo estudo de Geometria, Aritmética, Música e Astronomia;
  • classificação aritmética dos números em pares, ímpares, primos e fatoráveis;
  • "criação de um modelo de definições, axiomas, teoremas e provas, segundo o qual a estrutura intrincada da Geometria é obtida de um pequeno número de afirmações explicitamente feitas e da ação de um raciocínio dedutivo rigoroso" (George Simmons);
  • grande celeuma instalou-se entre os discípulos de Pitágoras a respeito da irracionalidade do 'raiz de 2'. Utilizando notação algébrica, os pitagóricos não aceitavam qualquer solução numérica para x² = 2, pois só admitiam números racionais. Dada a conotação místicaatribuída aos números, comenta-se que, quando o infeliz Hipasus de Metapontum propôs uma solução para o impasse, os outros discípulos o expulsaram da Escola e o afogaram no mar;
  • na Astronomia, idéias inovadoras, embora nem sempre verdadeiras: a Terra é esférica, os planetas movem-se em diferentes velocidades nas várias órbitas ao redor da Terra. Pela cuidadosa observação dos astros, cristalizou-se a idéia de que há uma ordem que domina o Universo;
  • aos pitagóricos deve-se provavelmente a construção do cubo, tetraedro, octaedro, dodecaedro e a bem conhecida "seção áurea";
  • na Música, uma descoberta notável de que os intervalos musicais se colocam de modo que admitem expressões através de proporções aritméticas. Pitágoras - assim como outros filósofos gregos pré-socráticos - também descreveu o poder do som e seus efeitos sobre a psique humana. Essa experiência musicoterápica possivelmente foi utilizada mais tarde por Aristóteles como base teórica para sua definição de música, que, segundo ele, era uma "arte medicinal".
Pitágoras é o primeiro matemático puro. Entretanto é difícil separar o histórico do lendário, uma vez que deve ser considerado uma figura imprecisa historicamente, já que tudo o que dele sabemos deve-se à tradição oral. Nada deixou escrito, e os primeiros trabalhos sobre o mesmo deve-se a Filolau, quase 100 anos após a morte de Pitágoras. Mas não é fácil negar aos pitagóricos - assevera Carl Boyer - "o papel primordial para o estabelecimento da Matemática como disciplina racional". A despeito de algum exagero, há séculos cunhou-se uma frase: "Se não houvesse o 'teorema Pitágoras', não existiria a Geometria".
Ao biografar Pitágoras, Jâmblico (c. 300 d.C.) registra que o mestre vivia repetindo aos discípulos: “todas as coisas se assemelham aos números”.
A Escola Pitagórica ensejou forte influência na poderosa verba de Euclides, Arquimedes e Platão, na antiga era cristã, na Idade Média, na Renascença e até em nossos dias com o Neopitagorismo.
Pensamentos de Pitágoras
  1. Educai as crianças e não será preciso punir os homens.
  2. Não é livre quem não obteve domínio sobre si.
  3. Pensem o que quiserem de ti; faz aquilo que te parece justo.
  4. O que fala semeia; o que escuta recolhe.
  5. Ajuda teus semelhantes a levantar a carga, mas não a carregues.
  6. Com ordem e com tempo encontra-se o segredo de fazer tudo e tudo fazer bem.
  7. Todas as coisas são números.
  8. A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é aproximar-se de Deus.
  9. A Evolução é a Lei da Vida, o Número é a Lei do Universo, a Unidade é a Lei de Deus.
  10. A vida é como uma sala de espetáculos: entra-se, vê-se e sai-se.
  11. A sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas os homens podem desejá-la ou amá-la tornando-se filósofos.
12. Anima-te por teres de suportar as injustiças; a verdadeira desgraça consiste em cometê-las


Importância para o Direito

Pitágoras foi o primeiro filósofo a criar uma definição que quantificava o objetivo final do Direito: a Justiça. Ele definiu que um ato justo seria a chamada "justiça aritmética", na qual cada indivíduo deveria receber uma punição ou ganho quantitativamente igual ao ato cometido. Tal argumento foi refutado por Aristóteles, pois ele acreditava em uma justiça geométrica, na qual cada indivíduo receberia uma punição ou ganho qualitativamente, ou proporcionalmente, ao ato cometido; ou seja, ser desigual para com os desiguais a fim de que estes sejam igualados com o resto da sociedade.

A crise dos 'brancos de olhos azuis'

Não é só o poder econômico que migra do Ocidente para os emergentes; é também a capacidade de liderar
DAVOS - Que há uma maciça transferência de riqueza e poder econômico do mundo rico para os emergentes, sobretudo China, é fato sabido. Os números citados ontem, em debate sobre o panorama da economia global, são eloquentes: de 2007, o ano prévio à eclosão da mais recente grande crise, até as previsões divulgadas na semana passada pelo FMI, o crescimento da China terá sido de 60%; o dos países emergentes da Ásia, de 50%; dos demais emergentes, 35%. Do mundo rico, zero.

Menos visível e, por isso menos comentada, é uma mudança que se poderia chamar de política e cultural.

Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, contou que, na recente cúpula do G20 em Cannes, ele ficara observando como os líderes dos países emergentes (Dilma Rousseff estava entre eles) olhavam para seus colegas dos países ricos.

Percebiam, segundo Zoellick, muita confusão e sentiam-se frustrados. Havia até certo desdém.

Para ele, essa transferência em benefício dos emergentes não é só econômica, também "é de percepções, é de atitudes", diz. Consequência inescapável: "O mundo nunca mais voltará ao ponto em que estava" [até a crise de 2008, que, na verdade, continua se desdobrando].

Se, em vez do sóbrio Zoellick, fosse o exuberante Luiz Inácio Lula da Silva, diria que os "brancos de olhos azuis" estão perdendo o lugar como faróis do planeta.

Talvez seja ilustrativo da mudança cultural o fato de que o único participante da mesa aplaudido ontem foi Donald Tsang, executivo-chefe de Hong Kong, quando disse que os ajustes até agora feitos para enfrentar a crise "esqueceram o povo".

Em todo o caso, a transferência de poder econômico e a desvalorização dos "brancos de olhos azuis" não significam que emergentes e ricos vivam situações muito diferentes. Tanto que Tsang, que não tem olhos azuis e governa uma região administrativa da China, que vai crescer mais de 8% este ano, contou, não obstante, que, em seus 40 anos de vida pública, jamais sentira tanto medo como agora.

"Ninguém está imune" [à crise], completou Christine Lagarde, a diretora-gerente do FMI.

O medo de Tsang é fácil de explicar: como disse Martin Wolf, moderador do debate e principal colunista do "Financial Times", a crise já tem 4,5 anos de vida, "e ninguém pode dizer que ela está superada".

O problema maior é que a discussão econômica, principalmente em torno da crise na eurozona, gira em falso. Pelo menos desde o G20 de Cannes, três meses atrás, os parceiros da Europa cobram o tal "firewall", um fundo de proteção sólido o suficiente para evitar que países grandes como Espanha e Itália quebrem como quebraram Grécia, Irlanda e Portugal.

Christine Lagarde chegou ao gesto teatral de erguer do chão a bolsa marrom que levara para o debate, mostrá-la aos debatedores e ao público, na esperança -brincou- de "coletar um pouco de dinheiro", naturalmente para o que ela chamou de "firewall decente".

Ninguém se animou a contribuir. Nem mesmo com ideias e propostas originais para justificar o rótulo de Davos como "montanha mágica", por ter sido o cenário do clássico de Thomas Mann com esse nome.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

(Psiquiatra aponta prescrição indiscriminada de calmantes )

“Vivemos em um momento cultural sócio-histórico, no âmbito das terapias da saúde, dominado pela analgesia, em que fugir da dor é o caminho racional e normal. À medida que a dor e a morte são absorvidas pelas instituições de saúde, as capacidades de enfrentar a dor, de inseri-la no ser e de vivê-la são retiradas da pessoa. Ao ser tratada por drogas, a dor é vista medicamente como um barulho de disfuncionamento nos circuitos fisiológicos, sendo despojada de sua dimensão existencial subjetiva. É claro que essa mentalidade retira do sofrimento seu significado íntimo e pessoal e transforma a dor em problema técnico.”
(retirado do livro: Espiritualidade e Prática Clínica – Valdemar Augusto – Angerami – Camon)
Que vida é essa em que se prefere viver entorpecido por um medicamento para não ter que lidar ou encarar a causa de todos os seus problemas: você mesmo ?!
Que médicos são esses que ao invés de encaminhar um paciente com problemas psicológicos/emocionais a um profissional mais preparado para atender esse tipo de situação (psiquiatra, psicólogo, psicoterapeuta etc) simplesmente resolvem “fazer justiça com as próprias mãos” e prescrevem um remedinho que somente controla os sintomas e nada faz pelas causas? Me desculpe quem pensa que estes médicos só “estão tentando ajudar”, pois muito mais ajuda quem não atrapalha.  Afinal, quantos semestres de Psicologia um estudante de Medicina cursa? Um? Dois? Desde quando isso substitui 4 ou 5 anos de uma faculdade de Psicologia, psicanálise, psicoterapia e afins por exemplo, ou qualquer preparação mais profunda ou uma especialização na área? Salvo os médicos que se aprofundam ou tem especialidade em psicoterapia, a maioria não está capacitada para diagnosticar muito menos tratar pessoas nessas condições. E aí a gente ouve falar dessas aberrações, como traz a notícia abaixo.
Quem disse que médico  pode tudo?
Se metem na área dos nutricionistas, na das psicoterapias, até nas terapias alternativas! – Lembra que acupuntura já foi “charlatanismo”? Hoje é disciplina no curso de Medicina!
Parabéns ao psiquiatra da notícia pela avaliação.  E muito cuidado com essa “epidemia de doença mental” que inventaram para vender mais remédios. Quando há uma indústria bilionária por trás, a gente sempre tem que ficar de olhos bem abertos. Nem todo mundo precisa de tratamento medicamentoso para seus problemas psicológicos/emocionais, na verdade, a maioria não precisa. E quem precisa, precisa com acompanhamento (muito) especializado.
“Segundo estimativas conservadoras publicadas no periódico Journal of the American Medical Association, doenças iatrogênicas (causadas por tratamento médico) são as terceiras maiores causadoras de morte nos Estados Unidos. Mais de 120 mil pessoas morrem, por ano, devido aos efeitos adversos de medicamentos prescritos por médicos (Starfield, 2000). No entanto, um estudo realizado recentemente mostra resultados ainda mais impressionantes (Null et al.; 2003). Indica que as doenças iatrogênicas são a causa principal de mortes no país. Mais de 300 mil pessoas morrem todos os anos devido a remédios receitados.”
(Citado por Bruce H. Lipton em “A Biologia da Crença“)
É… nada melhor que finalizar esse comentário relembrando o Juramento de Hipócrates:
“Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue:
Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém.
A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substãncia abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.”
Vamos a notícia:
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 Prescrição indiscriminada e uso excessivo podem ser algumas das explicações para o alto consumo de ansiolíticos, remédios usados para controlar ansiedade e tensão. A avaliação é do psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Dados divulgados na sexta-feira pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que os ansiolíticos foram os medicamentos com receita controlada mais consumidos no País entre 2007 e 2010. O princípio ativo clonazepam, base do remédio Rivotril, lidera o ranking, com cerca de 10 milhões de caixas vendidas somente em 2010.
Segundo o psiquiatra, os ansiolíticos têm sido indicados por profissionais de diversas áreas. “Sabemos que médicos de várias especialidades prescrevem esses remédios, sem necessariamente ser psiquiatras. Não há restrição, mas é como se eu (psiquiatra) passasse a receitar antibiótico. Não sou a pessoa mais adequada”, diz Silveira.
O psiquiatra citou pesquisa feita em 2011 pela Unifesp, segundo a qual os ansiolíticos, conhecidos como calmantes, correspondem a 35% dos medicamentos psiquiátricos prescritos nos hospitais gerais da cidade de São Paulo.
Este não é, porém, o único fator que pode explicar o boom dos calmantes no Brasil, ressalta Silveira. O uso descontrolado também está entre os fatores. É cada vez mais comum recorrer aos tranquilizantes para enfrentar o estresse e as dificuldades da vida cotidiana. O pior é esse tipo de remédio provoca dependência. “As pessoas tendem a buscar uma pílula mágica para lidar com os problemas”, diz o médico.
De acordo com Silveira, das 600 consultas mensais feitas pelo Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Unifesp, 50 são de pessoas viciadas em calmantes. A princípio, a maioria usa o remédio com indicação médica. Depois, passa a querer doses maiores e acaba partindo para a compra ilegal.
Para Dartiu Silveira, o melhor monitoramento do consumo dos ansiolíticos no País reflete também os números elevados. Atualmente, o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) da Anvisa têm cadastradas 41.032 farmácias e drogarias, equivalente a 58,2% do total dos estabelecimentos autorizados pela agência reguladora a vender medicamentos controlados.

Fonte: Terra/Agência Brasil
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(Escola de Atenas) Averróis

Abu al-Walid Muhammad Ibn Ahmad Ibn Munhammad Ibn Ruchd
, em árabe أبو الوليد محمد بن احمد بن محمد بن احمد بن احمد بن رشد, (Córdoba1126 —Marraquexe1198) foi um filósofomédico e polímata muçulmano andaluz conhecido pelo nome de Averróis, distorção latina do antropônimo árabe.
Membro de uma família de juristas, estudou Medicina e Filosofia. É um dos maiores conhecedores e comentaristas de Aristóteles. Aliás, o próprio Aristóteles foi redescoberto na Europa graças aos árabes e os comentários de Averróis muito contribuíram para a recepção do pensamento aristotélico. Averróis também se ocupou com astronomia e direito canônico muçulmano.
Sua filosofia é um misto de aristotelismo com algumas nuanças platônicas. A influência aristotélica se revela em sua idéia da existência do mundo de modo independente de Deus (ambos são co-eternos) e de que também não existe providência divina. Já seu platonismo aparece em sua concepção de que a inteligência, fora dos seres, existe como unidade impessoal.
No âmbito religioso, sua interpretação do corão propõe que há verdades óbvias para o povo, místicas para o teólogo e científicas para o filósofo e estas podem estar em desacordo umas com as outras. Havendo o conflito, os textos devem ser interpretados alegoricamente. É daí que decorre a idéia que lhe é atribuída de que existem duas verdades, onde uma proposição pode ser teologicamente falsa e filosoficamente verdadeira e vice-versa.

Averróis, detalhe da pintura A Escola de Atenas de Rafael
Dentre suas várias obras, uma das mais célebres é a intituladaDestruição da destruição (em árabe Tahafut al-tahafut), também conhecida como Incoerência da incoerência, onde defende oneoplatonismo e o aristotelismo dos ataques de outro filósofo árabe: al-Ghazali, também conhecido como Algazali.
Seu pensamento provocou sérias discussões entre os cristãos latinos da Universidade de Paris. Como resultado, muitos aderiram à concepção de uma filosofia pura e independente da teologia cristã e formaram um grupo chamado de averroístas latinos.
Os averroístas aceitam, com Aristóteles, a concepção de Deus como motor imóvel que move eternamente um mundo eternamente existente não feito nem conhecido por ele. Esta tese da eternidade do mundo choca com as concepções cristãs. Postulam que a alma individual do homem é perecedora e corruptível; isto é, não é imortal. Finalmente, os averroístas defendem a teoria da dupla verdade: a teológica ou da fé e a filosófica ou da razão. Portanto, é verdade, de acordo com a fé, que a alma é imortal e o mundo é criado; mas também é verdade, de acordo com a razão, que a alma é corruptível e o mundo é eterno. Daqui se retirou, nos séculos XVIII e XIX, a defesa de uma total autonomia da razão perante a fé, que se opõe à tese agostiniana de que a verdade é única. As teses averroístas mais radicais foram condenadas pela Igreja Católica. Tomás de Aquino, tendo sido um seguidor de Averróis, opôs-se no entanto ao seu naturalismo exclusivamente racional. Ernest Renan, o célebre autor francês da Vida de Jesus, onde se nega toda e qualquer intervenção do sobrenatural, iniciou a sua carreira académica escrevendo sobre Averróis e o Averroísmo.
Pela qualidade e pela amplitude da sua actividade como comentarista de Aristóteles é conhecido como «o Comentador». Escreveu diversas obras polémicas e médicas, mas são os seus comentários os que exercem uma influência decisiva no Ocidente para a adopção do aristotelismo. Escreveu também um importante tratado médico (Generalidades).
Averróis teve o favor e a proteção dos califas da Espanha até que foi desterrado por al-Mansur, que considerou as opiniões do filósofo desrespeitosas e em desacordo com o Corão.


(Desmatamento revela desenhos no solo da Amazônia)

De acordo com descobertas arqueológicas, as escavações nas terras são muito antigas e podem melhorar a compreensão da floresta

Edmar Araújo ainda se lembra do pavor que sentiu. Algumas décadas atrás, enquanto limpava árvores no terreno de sua família, localizado perto da cidade de Rio Branco, um local isolado em um dos cantos do oeste da Amazônia brasileira, ele se deparou com uma série de avenidas de barro esculpidas no solo.
“Estas fileiras eram muito perfeitas para terem sido feitas por um homem”, disse Araújo, um pecuarista de 62 anos de idade. “A única explicação que eu conseguia imaginar era que elas eram trincheiras que foram cavadas durante a guerra contra os bolivianos.”
Mas estas não eram trincheiras, pelo menos não serviram para nenhum conflito que possa ter ocorrido aqui durante o século 20. De acordo com descobertas arqueológicas feitas na região nos últimos anos, as escavações nas terras de Araújo e centenas como ela em regiões próximas são muito mais antigas do que isso e podem melhorar potencialmente nossa compreensão da maior floresta tropical do mundo.
Vista aérea de fazenda perto de Rio Branco, no Acre
O desmatamento que atingiu a Amazônia nos anos 70 também expôs um segredo escondido há muito tempo debaixo desta floresta de grande espessura: formas geométricas perfeitamente desenhadas que abrangem centenas de metros de diâmetro.
Alceu Ranzi, um estudioso brasileiro que ajudou a descobrir os quadrados, octágonos, círculos, retângulos e formas ovais que compõem as esculturas de terra, disse que esses geoglifos encontrados em terras desmatadas são tão significativos quanto as famosas linhas de Nazca, os símbolos enigmáticos de animais que são visíveis quando avistados do alto no sul do Peru.
“O que mais me impressionou sobre esses geoglifos foi sua precisão geométrica e como eles estavam escondidos em uma floresta que até então nos parecia ser intocada à exceção de algumas tribos nômades que haviam habitado a região”, disse Ranzi, paleontólogo que viu pela primeira vez os geoglifos na década de 70 e, anos mais tarde, observou-os de avião.
Para alguns estudiosos da história humana na Amazônia, os geoglifos existentes no Estado brasileiro do Acre e em outros sítios arqueológicos sugerem que as florestas da Amazônia ocidental, anteriormente considerada inabitável por sociedades mais sofisticadas, em parte por causa da qualidade de seus solos, pode não ter sido tão “Inabitável”, como alguns ambientalistas afirmam.
O escritor americano Charles C. Mann explica que ao invés de ter permanecido uma floresta virgem, quase não habitada por pessoas, partes da Amazônia podem ter sido locais aonde grandes populações viviam em dezenas de cidades interligadas por redes de estradas. Na verdade, de acordo com Mann, o explorador britânico Percy Fawcett desapareceu em 1925 em sua busca pela “Cidade Z”, que supostamente existia na região de Xingu.
Além de partes da Amazônia terem sido “muito mais densamente povoadas do que se pensava”, Mann, o autor de “1491″, um livro inovador que fala a respeito das Américas antes da chegada de Colombo, disse que “estas pessoas propositadamente modificavam seu ambiente de uma maneira que pudesse ser duradoura.”
Como consequência das vastas regiões habitadas por humanos, é possível que as florestas da América do Sul possam ter sido muito menores durante certos períodos, com grandes áreas vazias semelhantes às savanas.
Tais revelações não se encaixam confortavelmente com os debates políticos atuais a respeito do desenvolvimento da região, em que alguns ambientalistas se recusam a permitir que a pecuária e o cultivo da soja em larga escala, por exemplo, avance ainda mais para outras regiões da Amazônia.
Os cientistas também dizem se opor à queima indiscriminada das florestas, mesmo que a pesquisa sugira que a Amazônia tenha sustentado uma agricultura intensiva no passado. Na verdade, dizem que outras regiões dos trópicos, especialmente a África, poderiam se beneficiar de estratégias antes utilizadas na Amazônia para superar as limitações do seu solo.
“Se alguém quiser recriar a Amazônia da era pré-colombiana, a maior parte da floresta precisa ser destruída, ser populada por muitas pessoas e ter uma agronomia altamente produtiva”, disse William Woods, geógrafo da Universidade de Kansas, que faz parte de uma equipe que está estudando os geoglifos do Acre.
“Eu sei que isso não terá uma boa repercussão com os ambientalistas”, disse Woods, “mas o que mais se pode dizer à respeito?”
Enquanto os pesquisadores tentam entender a história ecológica da Amazônia, mistério ainda envolve as origens dos geoglifos e as pessoas responsáveis por eles. Até agora, 290 obras escavadas foram encontradas no Acre, junto com cerca de 70 outras na Bolívia e 30 nos Estados brasileiros do Amazonas e Rondônia.
Os primeiros pesquisadores descobriram os geoglifos na década de 1970, depois que a ditadura militar brasileira incentivou colonos a se mudarem para as regiões do Acre e da Amazônia, apoiados pelo slogan nacionalista “Ocupar para não entregar”, para justificar o povoamento da área que resultou no desmatamento.
Porém, a comunidade científica demonstrou pouco interesse na descoberta até que o cientista brasileiro Ranzi começou suas pesquisas na década de 1990, e pesquisadores brasileiros, finlandeses e americanos começaram a encontrar mais geoglifos usando imagens de satélite de alta resolução e de pequenos aviões que sobrevoavam a Amazônia .
Denise Schaan, arqueóloga da Universidade Federal do Pará no Brasil, que agora lidera a pesquisa dos geoglifos, disse que testes de radiocarbono indicam que elas foram construídas de 1.000 a 2.000 anos atrás, e podem ter sido reconstruídas várias vezes durante esse período.
Inicialmente, disse Schaan, os pesquisadores consideraram a ideia destas trincheiras serem utilizadas para a defesa contra ataques devido a sua profundidade de quase 7 metros. Mas a falta de provas de que houvesse acorrido algum tipo de assentamento humano dentro e ao redor das trincheiras fizeram com que essa teoria fosse descartada.
Os pesquisadores agora acreditam que os geoglifos podem ter tido uma importância cerimonial, similar, talvez, as catedrais medievais da Europa. Este papel espiritual, disse William Balée, um antropólogo da Universidade de Tulane, pode ter envolvido a “geometria e gigantismo”.
Ainda assim, os geoglifos, que fazem parte da cultura andina e amazônica, permanecem um enigma.
Eles estão longe de assentamentos pré-colombianos descobertos em outras partes da Amazônia. Há também grandes dúvidas sobre os povos indígenas que habitaram esta parte da Amazônia na época, já que milhares foram escravizados, mortos ou expulsos de suas terras durante a era da exploração da borracha, que começou no final do século 19.
Para os pesquisadores e cientistas brasileiros, disse Schaan, as trincheiras são “uma das descobertas mais importantes do nosso tempo.” Mas o repovoamento desta parte da Amazônia ameaça a sobrevivência dos geoglifos, após de terem permanecido escondidos durante séculos.
Florestas ainda cobrem a maior parte do Acre, mas nas áreas desmatadas onde os geoglifos se encontram, já foram construídas algumas estradas de terras. Pessoas vivem em barracos de madeira dentro de outros. Postes de eletricidade agora fazem parte da paisagem dos geoglifos. Alguns fazendeiros usam suas trincheiras como buracos para que seu gado possa beber água.
“É uma vergonha que nosso patrimônio seja tratado dessa maneira”, disse Tiago Juruá, o autor de um novo livro sobre como proteger os sítios arqueológicos, incluindo os geoglifos.
Juruá, um biólogo, assim como outros pesquisadores, diz que os geoglifos encontrados até agora são, provavelmente, apenas uma amostra do que as florestas do Acre ainda guardam sob sua copa. Afinal, segundo eles, existe hoje o menor número de pessoas habitando a região da Amazônia, menos até do que antes da chegada dos europeus há cinco séculos.
“Esta é uma nova fronteira para os exploradores e para a ciência”, disse Juruá. “O desafio agora é fazer mais descobertas nas florestas que ainda estão de pé, com a esperança de que elas não irão em breve ser destruídas.”
Fonte: NYT/Último Segundo