sábado, 21 de janeiro de 2012

(Escola de Atenas)Empédocles

Empédocles
 (em grego antigo Ἐμπεδοκλῆς; Agrigento, 495/490 - 435/430 a.C.) foi um filósofo, médico, legislador, professor, mítico além de profeta, foi defensor da democracia e sustentava a idéia de que o mundo seria constituído por quatro princípios: água, ar, fogo e terra.
Tudo seria uma determinada mistura desses quatro elementos, em maior ou menor grau, e seriam o que de imutável e indestrutível existiria no mundo.
Para Empédocles, duas forças fundamentais responsáveis pela manutenção do universo: O AMOR que unia os elementos (raízes) e o ÓDIO que os separava. A morte para ele era simplesmente a desagregação dos elementos. Segundo ele, todos nós fazíamos parte do todo que se renovava em ciclos; reunindo-se (nascimento) e separando-se (morte).
Seu pensamento influenciará os pensadores da escola atomista.
No Naturalismo esboçou o que podemos citar como os primeiros passos do pensamento Teórico Evolucionista: "Sobrevive aquele que está mais bem capacitado", aproximadamente 2460 anos antes de Charles Darwin. Tendo seguido Tales de Mileto na mesma linha de pensamento evolutivo: "O mundo evoluiu da água por processos naturais".
Na política opôs-se à oligarquia, defendendo a democracia. Cedo virou figura legendária: ele mesmo se atribuía poderes mágicos. Conta a lenda que ele teria se atirado na cratera do Etna, para provar que era um deus.

Vida


O templo de Hera em Agrigentum, construído quando Empédocles era jovem, por volta de 470 ac
Empédocles nasceu em 490 ac en Agrigentum (Acragas) na Sicília, em uma renomada família.[1]
Pouco se sabe sobre sua vida. Seu pai Meto parece ter sido importante na derrubada do tirano de Agrigentum, presumidamente Trasideu, filho de Terone, em 470 ac. Empédocles deu seguimento à tradição democrática da sua família, ajudando a derrubar o governo oligarcaseguinte. Diz-se que ele foi magnânimo apoiando os pobres [2]; severo na perseguição dos abusos da aristocracia [3] e até declinou de governar a cidade quando lhe foi oferecido [4].


Trabalhos

Empédocles é considerado o último filósofo grego a escrever em versos e os fragmentos que restam de suas lições estão em dois poemas: Purificações e Sobre a Natureza. Empedocles estava sem dúvida familiarizado com os poemas didáticos de Xenófanes e Parménides[18] - podem ser encontradas alusões a este último nos fragmentos, - mas ele parece tê-los superado na animação e riqueza de seu estilo, e na clareza das suas descrições e dicção. Aristóteles apelidou-o de pai da retórica, e, embora apenas tenha reconhecido amétrica como ponto de comparação entre os poemas de Empédocles e os épicos de Homero, ele descreveu Empédocles como Homerico e poderoso na sua dicção.[19] Lucrécio fala dele com entusiasmo, e via-o evidentemente como o seu modelo.[20] Os dois poemas juntos compreendem 5000 linhas.[21] Sobreviveram cerca de 550 linhas da sua poesia, embora porque os escritores antigos raramente mencionavam que poema estavam a citar, não é sempre certo a que poema as citações pertencem. Alguns estudiosos acreditam hoje em dia que havia apenas um poema, e que as Purificações formavam meramente o início de Sobre a Natureza.[22]


Purificações

Conhecemos apenas aproximadamente 100 versos da sua Purificações. Parecem terem sido uma visão mítica do mundo, o que, não obstante, foi parte do sistema filosófico de Empédocles, As primeiras linhas do poema foram preservadas por Diógenes Laércio:
Amigos, que habitais a grande cidade, junto aos fulvos rochedos de Acragas, no
alto da cidadela, amadores de nobres trabalhos, respeitáveis abrigos para os
estrangeiros, homens inexperientes da maldade, eu vos saúdo! Eu, porém, caminho entre
vós qual Deus imortal, e não mais como mortal, por todos honrado como me convém,
coroado de guirlandas floridas. Desde minha entrada nas florescentes cidades, sou
honrado por homens e mulheres; seguem-me aos milhares, a fim de saber qual o
caminho da riqueza; uns necessitando oráculos; outros, feridos por atrozes dores,
Pedem uma palavra salvadora para as suas múltiplas doenças.[23][24]


Sobre a Natureza


Filosofia

Embora familiarizado com as teorias dos Eleatas e dos Pitagóricos, Empédocles não pertencia a nenhuma escola definida. Sendo eclécticono seu pensamento, ele combinou muito do que tinha sido sugerido por ParménidesPitágoras e pelas escolas jônicas. Era um firme crente nos mistérios órficos, bem como um pensador científico e um precursor da ciência física. Aristóteles menciona Empédocles entre os filósofos jônicos, e coloca-o em relação próxima com os filósofos atomistas e com Anaxágoras.[29] Empedocles, tal como os filósofos jônicos e os atomistas, tentou encontrar a base de toda a mudança. Tal como Heraclito, eles não consideraram vir à existência e o movimento como a existência das coisas, e o repouso e a tranquilidade como não-existência. Isto é porque eles tinham derivado dos Eleatas a convicção de que uma existência não poderia passar para a não-existência, e vice-versa. A fim de permitir que a mudança ocorra no mundo, e contra a opinião dos eleatas, eles viram as mudanças como resultado da mistura e separação de substâncias inalteráveis. Assim Empédocles disse que uma vinda à existência de uma não-existência, bem como uma morte e aniquilação completa, são impossíveis; o que chamamos de vir à existência e a morte é apenas a mistura e separação do que estava misturado. [30]


Os quatro elementos

Foi Empédocles que estabeleceu os quatro elementos essenciais que fazem toda a estrutura do mundo - fogoarágua e terra[31]Empédocles chamou estes quatro elementos "raízes" que, de maneira típica, ele também identificou com os nomes míticos de ZeusHera,Nestis e Aidoneu[32] Empédocles nunca usou o termo "elemento" (em gregoστοιχεῖον) (stoicheion), que parece ter sido usado pela primeira vez por Platão[33] De acordo com as diferentes proporções em que esses quatro elementos indestrutíveis e imutáveis são combinados uns com os outros é produzida a diferença da estrutura. É na agregação e segregação de elementos que assim resulta, que Empédocles, como os atomistas, encontrou o verdadeiro processo que corresponde ao que é popularmente chamado de crescimento, aumento ou diminuição. Nada de novo vem ou pode vir a ser, a única mudança que pode ocorrer é uma mudança na justaposição de elemento com elemento. Essa teoria dos quatro elementos tornou-se o padrão dogma nos dois mil anos seguintes.


Amor e revolta

Os quatro elementos são, contudo, simples, eternos e imutáveis, e como a mudança é a consequência da sua mistura e separação, foi também necessário supor a existência de poderes em movimento - para trazer a mistura e a separação. Os quatro elementos são colocados eternamente em união, e eternamente separados uns dos outros, por dois poderes divinos, amor e ódio. O Amor (em gregoφιλία) explica a atracção de diferentes formas de matéria, e o Ódio (em gregoνεῖκος) é responsável pela sua separação. [34] Se os elementos são o conteúdo do universo, então o Amor e o Ódio explicam a sua variação e harmonia. O Amor e o Ódio são forças atractivas e repulsivas que o olho comum pode em funcionamento entre o povo, mas que realmente permeiam o universo. Eles imperam alternadamente sobre as coisas, - sem contudo algum ser sempre muito ausente.

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