domingo, 19 de fevereiro de 2012

(escola de Atenas) Antístenes ou Xenofonte

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Antístenes (em grego: Ἀντισθένης; Atenas, c 445 a.C. — id., 365 a.C.) foi um filósofo grego, pupilo de Sócrates. Aprendeu retórica com Górgias antes de se tornar um ardente discípulo socrático. Adotou e desenvolveu o lado ético dos ensinamentos de seu mestre, advogando uma vida ascética, vivida de acordo com a virtude. Escritores posteriores consideraram-no fundador da filosofia cínica.
Era filho de um ateniense com uma escrava trácia, por isso, não tinha nem o título nem o direito de cidadão ateniense. Nenhuma de suas obras sobreviveu, e de sua produção restaram apenas fragmentos.


Biografia

Antístenes, nascido em 445 a.C., era filho de Antístenes, um ateniense, e de uma trácia. Em sua juventude lutou na Tânagra (426 a.C.), e foi discípulo de Górgias e, posteriormente, de Sócrates, do lado quem acabou permanecendo até sua condenação e morte. Nunca perdoou os responsáveis pela perseguição de seu mestre, e diz-se que teria até mesmo tido um papel instrumental na punição deles. Sobreviveu à Batalha de Lêuctra (371 a.C.), e teria comparado a vitória dos tebanos a um grupo de alunos escolares espancando seu professor. Embora uma fonte nos diga que teria morrido com 70 anos de idade, aparentemente ainda estava vivo em 366 a.C., e teria aproximadamente 80 anos quando morreu em Atenas, por volta de 365 a.C.. Teria lecionado no Cinosarges, um ginásio destinado a atenienses filhos de mães estrangeiras, situado próximo ao templo de Héracles. Diógenes Laércio afirma que suas obras ocupavam dez volumes, porém hoje em dia só restam poucos fragmentos. Seu estilo favorito parece ter sido os diálogos, alguns deles ataques contundentes a contemporâneos, como Alcibíades, na segunda de suas duas obras chamadas Ciro, Górgias em seu Arquelau, e Platão em seu Satão. Seu estilo era puro e elegante, e Teopompo chegou a dizer que Platão teria roubado diversas de suas ideias. Cícero, no entanto, o chama de "um homem maias inteligente do que culto" (em latim: homo acutus magis quam eruditus). Tinha uma força considerável de sarcasmo e ironia, e tinha o hábito de fazer trocadilhos, como dizer, por exemplo, que preferia ficar entre corvos (korakes) do que bajuladores (kolakes), pois os primeiros devoram os mortos, e os segundos os vivos. Duas de suas declamações sobreviveram, Ajax e Odisseu, ambas puramente retóricas.

Filosofia


Busto em mármore de Antístenes, baseado no mesmo original que a peça do Museu Pio-Clementino acima (Museu Britânico).

Ética

Antístenes foi um pupilo de Sócrates, de quem ele aprendeu o preceito ético fundamental de que a virtude, e não o prazer, é a meta da existência. Tudo o que um sábio faz, disse Antístenes, está em conformidade com a virtude perfeita, e o prazer não apenas é desnecessário, como é mesmo um mal positivo.Relatou-se que teria acreditado que a dor e até mesmo a má reputação (em grego: ἀδοξία) seriam bençãos, e que teria afirmado: "prefiro enlouquecer a sentir prazer Parece, provável, no entanto, que ele não considerasse todo tipo de prazer desprezível, mas apenas aquele que resulta da gratificação dos desejos sensuais ou artificiais, pois é possível encontrar palavras suas louvando os prazeres que brotam "de dentro da alma de alguém", e o gozo de uma amizade escolhida com sabedoria. Antístenes colocava o bem supremo numa vida vivida de acordo com a virtude - virtude esta que consistia da ação, que quando obtida nunca é perdida, e exime o sábio do erro. Está fortemente ligada à razão, porém para que ela possa se desenvolver na ação, e para ser suficiente para a felicidade, precisa do auxílio da força socrática (em grego: Σωκρατικὴ ἱσχύς).

Física

Sua obra sobre a filosofia natural (Physicus) continha uma teoria sobre a natureza dos deuses, onde Antístenes argumentava que existiam diversos deuses nos quais as pessoas acreditavam, porém apenas um Deus natural. Também afirmou que Deus não lembrava em nada qualquer coisa existente na Terra, e que portanto não poderia ser compreendido a partir de qualquer representação sua.

 Lógica

Na lógica, Antístenes foi atormentado pelo problema do Um e dos Muitos. Como um nominalista de fato, acreditava que a definição e o predicado são ou falsos ou tautológicos, já que só se pode afirmar que cada indivíduo é o que ele é, e não pode fornecer mais do que uma mera descrição de suas qualidades.Desacreditava, assim, o sistema platônico das Ideias. "Um cavalo", segundo Antístenes, "eu vejo, porém a qualidade inerente a todos os cavalos eu não vejo." A definição seria um mero método circular de declarar uma identidade: "uma árvore é um vegetal que cresceu" não faria mais sentido, portanto, em termos de lógica, do que "uma árvore é uma árvore".


Xenofonte


Xenofonte (em grego antigo Ξενοφῶν, transl. Xenophō̃n), (cerca de 430-355 a.C.), filho de Grilo, originário de Erquia, uma deme de Atenas, foi soldado, mercenário e discípulo de Sócrates. É conhecido pelos seus escritos sobre a história do seu próprio tempo e pelos seus discursos de Sócrates.
A data de nascimento de Xenofonte não é conhecida. Na sua Anábase, que narra acontecimentos ocorridos entre 401 e 399 a.C., é sugerido que Xenofonte seria um pouco mais novo que o seu amigo Próxeno, o qual tinha cerca de trinta anos aquando dos acontecimentos. A maioria dos estudiosos coloca portanto a sua data do seu nascimento no ano 430 a.C. ou um pouco depois .
Xenofonte era originário de uma família rica e influente em Atenas. Como tal, terá participado nos recontros finais da Guerra do Peloponeso incorporado nas fileiras da aristocrática cavalaria ateniense.
Estrabão conta que, após uma derrota ateniense em que Sócrates e Xenofonte haviam perdido seus cavalos, Sócrates encontrou Xenofonte caído no chão, e carregou-o por vários estádios, até que a batalha terminou.
Xenofonte parece ter estado alinhado com o aristocrático governo dos Trinta Tiranos instalado por Esparta em Atenas após a derrota final desta cidade na Guerra do Peloponeso. A queda deste governo numa revolução ocorrida em 403 a.C. terá sido um importante factor motivador para que Xenofonte se juntasse à expedição de Ciro.
Quando jovem, Xenofonte participou na expedição contra Artaxerxes II, liderada pelo próprio irmão caçula do imperador persa, Ciro, o Jovem, em 401 a.C. Xenofonte diz que se aconselhou com o veterano Sócrates se deveria ou não ir com Ciro, e Sócrates indicou-lhe o oráculo de Delfos. Sua pergunta ao oráculo, no entanto, não foi de aceitar ou não o convite de Ciro, mas "para qual dos deuses deveria rezar e prestar sacrifício, para que pudesse completar sua pretendida jornada e retornar em segurança, com bons resultados". O oráculo lhe disse para quais deuses. Quando Xenofonte retornou a Atenas e contou para Sócrates o conselho do oráculo, Sócrates o reprimiu por fazer a pergunta errada ao oráculo, mas disse: "Já que você fez essa pergunta, você deve fazer o que alegrará o deus." (Esse é o único relato de contato pessoal entre Sócrates e Xenofonte em todos seus escritos.)
Na incursão de Ciro contra o imperador Persa, este utilizou muitos mercenários desempregados em função do fim da Guerra do Peloponeso. Ciro lutou contra Artaxerxes na Batalha de Cunaxa. Os gregos venceram, mas Ciro foi morto, e logo depois seu general, Clearco de Esparta, foi convidado a uma conferência de paz, traído e executado. Os mercenários, chamados de os Dez Mil, viram-se em um território hostil, próximo ao coração da Mesopotâmia, longe dos mares, e sem líderes. Elegeram novos líderes, incluindo o próprio Xenofonte, e combateram em direção ao norte contra persas, armênios e curdos, até a cidade de Trapezus na costa do Mar Negro, de onde navegaram para o oeste, retornando para a Grécia. Na Trácia, ajudaram Seuthes II tornar-se imperador. Os relatos de Xenofonte sobre essa expedição e a jornada para casa foi intitulado Anábase ("A Expedição" ou "A Marcha através do País").
A dissertação histórica que Xenofonte faz na obra Anábase é um dos mais antigos exemplos de análise de caráter de um líder feitas por um historiador. Esse tipo de análise tornou-se conhecido nos dias de hoje como a Teoria dos Grandes Homens. Xenofonte descreveu o caráter de Ciro o Moço dizendo que "de todos os Persas que viveram depois de Ciro o Grande, ele era o que mais se parecia com um rei e o mais merecedor de um império". A leitura do capítulo seis é recomendada pela descrição do caráter de cinco generais derrotados que aliaram-se ao inimigo. Clearco é citado como quem acredita que "um soldado deve temer mais seu comandante do que o inimigo". Meno, o personagem dos Diálogos de Platão, foi descrito como um homem cuja maior ambição era de se tornar rico. Agias, o Arcadiano e Sócrates, o aqueu foram lembrados por sua coragem e consideração pelos amigos.
Xenofonte foi posteriormente exilado de Atenas, provavelmente por ter lutado sob o comando do rei espartano Agesilau contra Atenas em Coroneia. (Entretanto, é possível que ele já tivesse sido exilado por sua participação com Ciro.) Os espartanos deram-lhe uma propriedade em Scillus, próximo à Olímpia em Elis, onde escreveu Anábase. Seu filho Grilo comandou a cavalaria ateniense, aliada dos espartanos, na Batalha de Mantineia, enquanto Xenofonte ainda estava vivo, por isso, é possível que seu exílio tenha sido revogado. Xenofonte morreu em Corinto ou Atenas, e a data de sua morte é incerta. Sabe-se apenas que ele sobreviveu ao seu protetor Agesilau, a quem ele prestou homenagem num de seus escritos.
Diógenes Laércio diz que Xenofonte foi conhecido como "Musa da Ática" pela doçura de sua dicção. Em seu tratado sobre equitação, ele propôs um método de treinamento conhecido no mundo anglo-saxão hoje em dia como "horse whispering" (literalmente: cochichar no ouvido do cavalo), um método que procura ganhar a simpatia do animal através do uso da psicologia eqüina.

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