terça-feira, 6 de setembro de 2011

Motor Perpétuo de Ázarons

“Avistei o navio! Diga ao meu neto que não acredito em motores perpétuos, mas isso não o impedirá de construir um que funcione! Banzai!”


Desde pequeno, sempre achei que eu era diferente. Parecia que tudo sempre dava errado para mim. Fui obrigado a ser o “O” no teatrinho das vogais, tive que dançar com a menininha mais mala da turminha (com uma fantasia estúpida) , meus carrinhos de fricção atingiam 88 milhas por hora e sumiam (perdidos no espaço e no tempo), minha bicicleta sempre encontrava obstáculos nos lugares mais improváveis… e assim vai.


As coisas não mudaram muito desde então. Mas me fez olhar para esses “fenômenos” de uma forma mais analítica, e através de estudos que fiz sobre as trajetórias de fezes de aves que me atingiam, descobri que é possível a construção de um motor perpétuo de primeira classe, e o que possibilita isso é o AZAR.


Depois que esta peça chave veio à minha mente, tudo pareceu mais simples. Eu poderia canalizar o azar produzido por mim para gerar energia! Mas isso não me daria um motor perpétuo, pois um dia eu morreria. Então comecei a procurar azar em todos os lugares possíveis e descobri que o azar não se manifesta apenas em seres vivos, mas também em objetos: objetos azarados.



Tentando provar essa minha teoria fiz alguns experimentos envolvendo palitos de picolé, pregos enferrujados (ditos “azarados”), leite, maionese estragada, válvulas de torneiras galvanizadas e o JIMMYTRON HYPER COLLIDER (meu acelerador de partículas, leia mais em “Faça você mesmo seu Acelerador de Partículas“). Tal experimento não sera explicado devido à sua alta trivialidade, mas seus resultados merecem atenção.
Fazendo uma análise detalhada de todas as partículas subatômicas produzidas nas colisões dos pregos azarados com os palitos de picolé lambuzados de maionese, percebi uma pequena diferença na conservação de energia total de sistema fechado do meu acelerador de partículas. Eram duas as prováveis causas:
1. Existe alguma partícula rara e difícil de se perceber sendo produzida pela matéria azarada do prego, e esta é responsável por essa diferença de energias.
2. Cupins mutantes atacaram novamente a vedação do duto principal do acelerador de partículas.
Verifiquei a vedação do duto principal e tudo estava correto. Portanto me concentrei na opção número 1, fiz os cálculos de conservação de energia, momento, cor, sabor, estranheza e do mais importante: o amor. Descobri que realmente faltava alguma coisa.
Depois, refazendo o experimento e os cálculos com objetos ditos não-azarados, não obtive a mesma discrepância. Perfeito!!
Voltando a tratar dos dados obtidos com a matéria azarada, percebi um padrão espectral curioso (na cor, seu bobão!) e depois de comparar os resultado com os da matéria normal consegui obter a cor dos Ázarons! Era a cor necessária para neutralizar o azul-mediterrâneo da colisão da matéria normal: o vermelho-cafuné. E assim fui conseguindo obter todas as características dessa nova partícula elementar de azar. Suas características principais são:
Carga: nula;
Cor: vermelho-cafuné;
Sabor: peixe cru;
Estranheza: muito estranha;
Momento: ±atrasado;
Amor: 0.000000000021 Ћ.Kg.J.m²/۞.~.%.ºC [1]
Esporte preferido: qualquer jogo de azar;
Tipo de mulher: morenas com sotaque holandês;
Tipos de interação: qualquer partícula massiva ou eletricamente carregada que maximize o azar no instante da interação.
Função de onda:


Interpretando a função de onda, obtive as características comportamentais mais marcantes dos ázarons:
1. Os ázarons tendem a se concentrar, pois eles se atraem entre si.
2. Existem formas que eles evitam a qualquer custo. Plotando essas formas (obtidas pela equação), percebi uma grande semelhança com objetos que dizem “dar sorte” como ferraduras, trevos de quatro folhas, pés de coelho, chaves Phillips e amuletos Astecas de emagrecimento.
De posse de toda essa rotina do comportamento dos Ázarons, percebi que esta me permitiria construir um motor perpétuo. A ideia foi a seguinte:

Como eles interagem de forma a maximizar o azar, fiz uma montagem que depende do próprio azar para ocorrer. Utilizando o conceito da relação atrativa de Witeusky sobre camisetas brancas e ketchup[2], montei uma roda de ketchup que irá converter a interação do ketchup com os ázarons em torque – ázarons que estariam sendo atraídos por algum material azarado posicionado embaixo da montagem para gerar um fluxo descendente de ázarons.
Uma ferradura gigante seria colocada na metade da roda de ketchup para funcionar como uma blindagem, a fim de evitar que os ázarons pudessem interagir com a outro lado da roda. Sem essa blindagem, teríamos tanto azar no aparelho, que os ázarons iriam interagir consigo mesmo e não teríamos um torque contínuo, apenas uma pequena girada para sujar a camiseta uma única vez.
O motor estará disponível em breve nas melhores Pastelarias de sua cidade. Qualquer dúvida ou reclamação, me envie um e-mail.
=/
Notas do Autor:
[1] Para converter a unidade de Amor para Sistema Internacional Unidades, deve-se converter ºC para ºF e ۞ em empadas/m²
[2] A Relação Atrativa de Witeusky foi inteiramente descrita em 1921 pelo físico Mongol, Jovair Witeusky Jr. O fenômeno era inexplicável até a teoria dos Ázarons ser comprovada.
 Enviada por Quase fisico: colaborador do blog
seja tambem um nos enviando alguma coisa

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