sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Lição 9 Curso da Expanssão da Consciencia



Talvez tenhas estranhado o ensinamento da lição anterior, ao conhecer os aspectos negativos do raciocínio e o mal uso da mente, principalmente porque na atualidade se está dando excessiva importância ao desenvolvimento mental. Ao estudar a lição n.º 4 (os cinco cilindros da máquina humana) e a lição n.º 5 (os setes corpos), verificou que nossa mente é negativa, sendo muito melhor desenvolver os poderes da MENTE DO MESTRE, A MENTE SOLAR. Esse é precisamente o significado oculto da simbologia Cristã do Mestre Jesus, quando entrou na cidade santa de Jerusalém, no domingo de Páscoa, montando um burrico (mente lunar), indicando que em vez de desenvolver os poderes da mente, é melhor dominá-la, a fim de que o Mestre Interno, que é nosso Real Ser, de posse de sua Mente Solar seja em verdade o amo que conduz seus veículos inferiores por caminho seguro.
Não desejamos que entres em discussões estéreis com os que defendem o desenvolvimento mental, principalmente porque eles têm seus conceitos e devemos respeitá-los. Se mais tarde eles estudarem nossos ensinamentos haverão de entender melhor. Nós mesmos não estaremos seguros da posição que defendemos enquanto não a vivermos e sentirmos na própria carne e, portanto, em vez de discutir é melhor experimentar, realizar as práticas com tenacidade e paciência, a fim de que os ensinamentos distantes, que estás recebendo agora, mais tarde sejam teus próprios, porque os vivenciou, porque obteve resultados por teus próprios esforços. Quem discute não entendeu integralmente o ensinamento e quando chegar à compreensão verá que é inútil discutir. Utilizando a lógica comum e corrente, qualquer pessoa está em condições de demonstrar a tese e antítese. Dois raciocinadores opostos podem esgrimir-se utilizando os melhores argumentos lógicos com suma inteligência. Um espectador imparcial, ao ouvir tão sólidos argumentos de um e de outro, julgará que ambos têm razão, de acordo com a lógica de cada um, apesar de cada um defender uma posição oposta a outra.
A Lógica Superior, a Lógica do Mestre, demonstra o Real, o definitivo, pois está além dos limites do raciocínio estéril, está mais perto da Grande Realidade. O que discute é totalmente escravo dos sentidos externos e o processo de opção divide a mente no batalhar das antíteses. Uma mente dividida é um instrumento inútil. Quando a mente não serve de instrumento ao Íntimo, então serve de instrumento ao Eu Psicológico. Os raciocinadores espiritualistas têm a mente abarrotada de teorias e mais teorias e sofrem terrivelmente por não poder realizar nada do que leram. Desafortunadamente, sem dar-se conta, podem cair no defeito de um orgulho crescente que os impede de toda possível investigação direta. O processo de raciocinar rompe as delicadas membranas do corpo mental. O pensamento deve fluir integralmente sem o processo do raciocínio. Devemos mudar este processo pelo do discernimento. O discernimento é a percepção direta da verdade, é compreensão sem necessidades de raciocínios. Devemos mudar o processo de raciocinar pela beleza daCOMPREENSÃO. Devemos libertar a mente de toda classe de preconceitos, desejos, temores, ódios, escolas, etc. Todos esses defeitos são travas que prendem a mente nos sentidos externos, convertendo a mente num instrumento inútil para o Íntimo.
O corpo mental da raça humana encontra-se em processo de involução. Observando-se claravidentemente a fisionomia do corpo mental dos seres humanos, vemos que a maioria tem traços animalescos, então corroboramos nossa afirmação, pois o corpo mental das pessoas tem fisionomia animal.
 
A LUTA   DOS   OPOSTOS
Um grande Mestre disse: “Buscai a iluminação e tudo o mais lhe será dado por acréscimo”. O pior inimigo da iluminação é o EU PSICOLÓGICO (defeitos).
Perguntou-se a um Mestre: Qual é o caminho?
— Que magnífica montanha! Disse referindo-se à montanha onde tinha seu retiro.
— Não perguntei acerca da montanha e sim do caminho.
— Enquanto não puder ir além da montanha, não poderá encontrar o caminho, respondeu o Mestre.
Estas enigmáticas palavras encerram muita sabedoria, falando precisamente da Iniciação e do trabalho a realizar para chegar à Maestria.
 Outro monge fez a mesma pergunta ao Mestre:
— Ali está justamente diante de teus olhos, respondeu o Mestre.
— Porque não posso vê-lo?
— Porque tens idéias egoístas, respondeu o Mestre.
— Poderei vê-lo senhor?
— Enquanto tenhas uma visão dualista e digas: “Eu não posso”, pois teus olhos estarão obscurecidos por    essa visão relativa.
— Quando não houver eu nem tu, se poderá ver?
— Quando não houver eu nem tu, quem quer ver?
O fundamento do EU é o dualismo da mente. O Eu se sustém pelo batalhar das antíteses ou dos apostos. Os problemas da vida não são senão formas mentais com dois pólos: um positivo e outro negativo. Os problemas se sustém na mente e são criados pela mente. Alegria e tristeza, prazer e dor, bom e mal, triunfo e derrota, constituem o batalhar dos opostos no qual se fundamenta o Eu. Necessitamos liberar-nos da tirania dos opostos; isto é possível aprendendo a viver de instantes em instantes, sem abstrações de nenhuma espécie, sem sonhos, sem fantasias.
Joshu perguntou ao Mestre Nansen:
— Que é o TAO?
—  A vida comum. – respondeu o Nansen.
—  Como se faz para viver de acordo com ela?
—  Se procuras viver de acordo com ela, fugirá de ti; não trate de cantar essa canção, deixa que ela mesmo se cante. Acaso a humilde flor não vem por si só?
Recorde esta frase: “A Gnósis vive de fatos, foge das abstrações e é difícil de explicar embora com os pensamentos mais nobres”.
Compreenda que estamos falando da senda da Ação, livre do batalhar doloroso dos opostos. Ação sem distração, sem escapatórias, sem fantasias, sem abstrações de nenhuma espécie. Porque pensar em outras coisas enquanto estás comendo ou vestindo-se? Se estás comendo, coma; se estás vestindo-se, vista-se; e se estás andando pela rua, ande, ande, ande...porém não penses em outras coisas, faça unicamente o que estás fazendo, não fujas dos fatos, não encha-os de tantos significados, símbolos, sermões, advertências. Viva-os sem alegorias, com a mente receptiva de instante a instante. Mudai vosso caráter, através da ação inteligente, livre do batalhar dos opostos. Quando se fecham as portas da fantasia, desperta-se o poder da INTUIÇÃO. A ação livre do batalhar do raciocínio é ação intuitiva, é ação plena; onde há plenitude o EU psicológico está ausente.
A ação intuitiva nos conduz ao despertar da consciência. Trabalhemos conscientes em todo momento de nossa vida. Esgotemos a água turva do pensamento habitual e no vazio surgirá aGNOSIS, o conhecimento salvador e com ele a alegria de viver. Quando tudo caminha bem, rompe-se a rigidez do pensamento e a luz e poder do Íntimo entra em abundância na mente que deixou de sonhar. Então, apesar de estarmos no mundo físico ou mesmo fora dele enquanto dormimos fisicamente, viveremos totalmente conscientes e iluminados, gozando da dita vida nos mundos superiores.
A atenção contínua naquilo que estamos realizando é uma disciplina fundamental que nos levará ao despertar da consciência. Se estamos comendo e pensamos em negócios, é claro que estamos sonhando. Se vamos dirigindo um automóvel e pensamos em outras coisas, é lógico que não estamos despertos; se estamos trabalhando e recordamos do amigo ou amiga, etc., é claro que estamos sonhando. As pessoas vivem sonhando no mundo físico e vivem sonhando também nos mundos internos, durante as horas em que o corpo físico está dormindo. É NECESSÁRIO DEIXAR DE SONHAR NOS MUNDOS INTERNOS e para isso é necessário deixar de sonhar primeiro no mundo físico, na vida diária. Um é conseqüência do outro.
Quem está iluminado vê o caminho; quem não está iluminado não o vê e facilmente extravia-se por milhares de teorias, dogmas, etc. É terrível o esforço e vigilância que se necessita de segundo em segundo, de instante em instante, para não cair no sonho. Basta um minuto de descuido e a mente já está sonhando, recordando de algo diferente daquilo que estamos fazendo naquele preciso momento. Faça uma prova de manter-se consciente de si mesmo enquanto viaja num auto! Quando no mundo físico aprendemos a estar desperto de instante a instante, nos mundos internos, nas outras dimensões, durante as horas de sono do corpo físico e também depois da morte, viveremos despertos e conscientes de instante em instante.
É doloroso observar que a consciência de todos os seres humanos dorme e sonha profundamente, permanentemente, embora no estado ironicamente chamado de vigília. A ação livre do dualismo mental produz o despertar da consciência. É necessário dividir a atenção em três partes:1º - Sujeito, 2º - Objeto, 3º - Lugar. Isto é conhecido como a chave “SOL”.
S U J E I T O è Não esquecermos de nós mesmos, auto-vigiar-nos em cada segundo, em cada momento. Isto implica num estado de alerta com relação a nossos pensamentos, gestos, ações, emoções, hábitos, palavras, etc.
O B J E T O è Minuciosa observação de todas aquelas intenções que temos neste momento. Qual é o objetivo que nos atrai? Porque e para que fazemos isto ou aquilo? Não identificarmo-nos com a inércia coletiva.
L U G A R è Detalhada observação de todos os objetos ou representações que chegam à nossa mente por meio dos sentidos. Observação diária de nossa casa, de nosso quarto, etc., como se fosse algo novo, perguntando-nos a cada instante: PORQUE ESTOU NESTE LUGAR, NESTE MERCADO, NESTA OFICINA, etc.?
Podes responder, neste momento, sem levantar sua vista, de que cor é a parede de teu dormitório? Da sala? Da parte exterior da tua casa? Necessitamos tornarmo-nos melhor observadores de cada local que visitamos, de cada casa, de nós mesmos. Estes três aspectos da divisão da atenção de modo algum constituem capítulo a parte do processo de compreensão que deve ter o estudante no conhecimento de si mesmo. Indiscutivelmente necessitamos auto-observar-nos, auto-estudar-nos, se de fato queremos descobrir nossos defeitos psicológicos; pois em contato com nossos semelhantes, os defeitos escondidos afloram espontaneamente, naturalmente. Não é questão de estar auto-observando os passos que damos, nem as formas do corpo, etc. A vigilância sobre si mesmo implica no estudo silencioso e sereno de todos nossos processos psicológicos íntimos, emoções, paixões, pensamentos, palavras, etc.
A observação das coisas sem IDENTIFICAÇÃO nos permitirá conhecer os processos da cobiça, do apego, da ambição, etc. A observação sobre os lugares nos permitirá reconhecer até onde chega nossos apegos e fascinações com relação a diversos lugares. É irrefutável que a um cobiçoso custará muito não identificar-se com um anel de diamantes ou com dinheiro. A observação de nossos objetivos nos mostrará o funcionamento e o mecanismo interior que nos impulsionam na vida diária. É pois este tríplice jogo da atenção um exercício completo para descobrir-nos e despertar consciência.
A causa do sonho profundo em que vive a humanidade é a FASCINAÇÃO. As pessoas estão fascinadas por todas as coisas da vida. Se esquecem de si mesmas e do lugar. O bêbado no bar está fascinado pelo álcool. O rico avarento por seus milhões, suas propriedades. O trabalhador honrado está fascinado por seu trabalho. O pai de família está fascinado por seus filhos. Nos mundos internos, o eu psicológico, o ego envolto em seu veículo astral, durante o sonho, ocupa-se das mesmas coisas que o fascinava no mundo físico. Assim vemos no astral, o carpinteiro em sua carpintaria, o policial cuidando das ruas, o barbeiro em sua barbearia, o mecânico concentrado em seu motor. Todos vivem nos mundos internos como vivem no mundo físico.
 
OS   QUATRO   ESTADOS   DA   CONSCIÊNCIA   HUMANA
O primeiro estado da Consciência é o ESTADO DE SONHO comum e corrente; este se apresenta quando vamos dormir em nosso leito de descanso; nesse estado de sonho profundo perdemos totalmente a consciência de nós mesmos; os fenômenos, imagens, vozes e figuras apresentam-se de forma incoerente, sem coordenação, todas são verdadeiras experiências no mundo astral. Lamentavelmente não as podemos recordar em sua totalidade nem trazer as mensagens que nos são dadas por ter consciência adormecida e engarrafada.
O segundo estado de Consciência é o estado em que nos encontramos neste momento, nos afazeres, no trabalho, com os familiares e amigos, etc. A este estado dá-se o nome de ESTADO DE VIGÍLIA. Na verdade, é um estado de consciência relativa porque não estamos conscientes permanentemente de nós mesmos, estamos fascinados com a identificação do mundo externo. Cada atividade ou situação capta nossa consciência colocando-nos num verdadeiro “Sonho-desperto”. A humanidade inteira vive nesse estado de consciência. Nesse estado se processam as terríveis lutas antitéticas, as crenças, prejuízos, dogmas, sectarismos, fanatismos, etc. É necessário realizar um super esforço e transcender este estado de consciência para poder experimentar o REAL eVERDADEIRO, a experiência direta.
O terceiro estado de Consciência é o estado de RECORDAR-SE DE SI PERMANENTEMENTE; este estado é muito difícil de ser conseguido, é raro encontrar um ser humano que possua essa faculdade. Os Mestres que trabalharam fortemente consigo mesmos, compreendendo e eliminando os defeitos que engarrafam sua consciência, conseguiram alcançar este terceiro estado de consciência. O estudante deve compreender que é necessário passar por este estado de consciência antes de alcançar o último – a Consciência Objetiva ou Cósmica. Torna-se urgente utilizar a chave SOL (Sujeito, objeto, lugar) em todo momento, de instante em instante, para poder auto-observar-nos e recordar-nos de nós mesmos; esta é uma faculdade que devemos desenvolver pacientemente, sem desanimar. Quando o estudante desenvolve este estado de consciência capacita-se para fazer uma revisão intelectual das crenças, uma análise transcendental, sintetismo conceitual, etc., formando uma compreensão criadora das leis que regem a natureza. Estuda os sistemas Indutivos-Dedutivos com o propósitos de utilizá-los de forma profunda e clara.
O quarto estado de consciência é o estado de CONSCIÊNCIA OBJETIVA OU CÓSMICA. É o estado de perfeita consciência desperta; este é o estado que se alcança permanentemente na Maestria; este é o estado de “NOUS”, a perfeita iluminação profunda dentro do Espírito Universal Divino, também conhecido como o estado de TURIYA. O Mestre que alcança este estado se converte num TURIYA.
A parte mais baixa do homem é irracional e subjetiva e se relaciona com os cinco sentidos comuns. A parte mais alta do homem é o mundo da Intuição e Consciência Objetiva espiritual. No mundo da Intuição se desenvolvem os arquétipos de todas as coisas da natureza. Somente aqueles que entraram no mundo da Intuição Objetiva, nas alturas do pensamento noético, estão verdadeiramente despertos e iluminados. Nenhum verdadeiro Turiya pode sonhar; alcançou as alturas do pensamento cósmico e não anda exibindo-se, jamais se presume de sábio; é demasiado simples e humilde, puro e perfeito. Nenhum Turiya é pseudo-clarividente nem pseudo-mistico. O estado de Turiya se alcança depois de difíceis provas e intensos super-esforços nos três fatores de revolução da consciência. Nenhum sonhador, nenhum dos que entram numa Escola de Esoterismo, incluindo nosso Movimento Gnóstico, pode alcançar instantaneamente o estado de Turiya. Desafortunadamente muitos crêem que da noite para o dia podem alcançar estas alturas e como tantos equivocados sinceros declaram-se Mestres, Clarividentes, Iluminados, etc., sem realmente ser.
I M P A C I Ê N C I A è Geralmente os que entram para a Gnósis estão cheios de impaciência, querem manifestações fenomenicas imediatas e quase sem esforços querem instantâneos desdobramentos, iluminação, etc. A realidade é outra. NADA É DADO DE GRAÇA. Tudo custa sacrifícios, esforços, super-esforços. Nada se consegue com curiosidade, instantaneamente, rapidamente. Tudo tem seu processo de desenvolvimento, lento, gradual, natural, sem feitos espetaculares, sensacionais, emocionais e bárbaros. Quando a consciência desperta totalmente, não é algo sensacional nem espetacular, é simplesmente uma realidade tão natural como a de uma árvore que lentamente cresceu, desenvolvendo-se sem sobressaltos. No começo as manifestações são esporádicas, descontínuas, seguidos de longos períodos de inconsciência. Mais tarde despertamos consciência contínua. A natureza não dá saltos.
SONHOS E VISÕES è Os estudantes gnósticos devem aprender a diferenciar os sonhos das visões. Sonhar é uma coisa e ter visões é outra. Nenhum gnóstico verdadeiramente desperto pode sonhar. Somente quem tem a consciência adormecida vive sonhando. A mente subconsciente cria sonhos fantásticos no mundo dos sonhos. A qualidade dos sonhos depende das crenças do sonhador. O subconsciente é uma tela sobre a qual muitas películas internas são projetadas. O subconsciente atua algumas vezes como camarógrafo, outras como diretor e também como operador que projeta imagens no fundo mental. É evidente que o subconsciente projetista comete muitos erros. Ninguém ignora que na tela da mente surgem pensamentos errôneos, receios sem fundamento e sonhos falsos. Necessitamos transformar o subconsciente em consciente, deixar de sonhar, despertar consciência. Aquele que despertou pára de sonhar, vive nos mundos internos numa intensificada vigília, enquanto seu corpo dorme no leito. Esses são os autênticos videntes.
Não podemos aceitar clarividentes que não tenham despertado a consciência, que não formaram o Astral Solar, o Mental Solar e a Vontade Solar. Os clarividentes que não despertaram consciência não possuem os veículos solares, somente vêem nos mundos internos suas próprias crenças e conceitos, portanto, não servem. Somente os clarividentes despertos e que já possuam seus veículos solares são dignos de verdadeiro crédito. Não são sonhadores, não se equivocam, são verdadeiros iluminados, Mestres da Venerável Loja Branca. Suas visões não são simples sonhos; eles podem investigar nas memórias da natureza e ler nos arquivos selados da criação toda a história da Terra e de suas raças.
Aqueles que realmente querem alcançar a verdadeira e legítima clarividência, devem cuidar-se muitíssimo do perigo de auto-enganar-se e submeter-se a uma autêntica disciplina esotérica.
EXEMPLO   DO   DESPERTAR   DA   CONSCIÊNCIA
 O V. M. Samael Aun Weor conta o seguinte caso: “Eu era ainda adolescente quando praticava de forma instintiva o maravilhoso exercício de Sujeito, Objeto e Lugar (SOL).
Uma noite entrava pela porta de uma maravilhosa mansão; silente, atravessei um formoso jardim até chegar a uma faustosa sala. Movido por um impulso interior fui um pouco mais além e penetrei num escritório de advogado.
Na escrivaninha estava sentada uma dama de estatura regular, cabelos grisalhos, rosto pálido, lábios delgados e nariz achatado, seu olhar parecia melancólico e sereno. Com voz doce e calma a dama convidou-me a sentar ante a escrivaninha. Em tal momento algo insólito aconteceu; vi sobre a escrivaninha duas borboletas de vidro que tinham vida própria, moviam suas asas, respiravam, olhavam, etc. O caso parecia-me demasiado exótico e raro. Duas borboletas de vidro com vida própria?
Acostumado como estava em dividir a atenção em três partes, primeiro não esqueci de mim mesmo; segundo, não me identifiquei com aquelas borboletas de vidro e observei atentamente os demais objetos, encontrando entre eles dois candelabros de prata; terceiro, tomei consciência do lugar. Ao contemplar tais animais de vidro, pensei: Isto não pode ser um fenômeno do mundo físico porque na região tridimensional jamais vi borboletas de vidro com vida própria. Inquestionavelmente este pode ser um fenômeno do mundo astral. Olhei ao meu redor e me fiz as seguintes perguntas: Porque estou neste lugar? Porque vim aqui? Estarei fora do meu corpo ou dentro dele? Dirigi-me à dama e disse-lhe: Senhora, permite-me sair um momento? A dama consentiu com um movimento da cabeça e abandonei o local. Já fora, no jardim, dei um salto com a intenção de flutuar; grande foi minha surpresa quando verifiquei que realmente me encontrava fora do corpo físico. Compreendi que estava no corpo astral, pois fiquei flutuando. Em tais momentos lembrei-me que fazia várias horas que havia abandonado meu corpo físico. Feita a singular comprovação, regressei ao escritório onde a dama me aguardava. Tentei convence-la de que estava fora do corpo físico. Ela olhou-me com olhos de sonâmbula, sem nada entender; compreendi que aquela senhora tinha a consciência adormecida. Não querendo insistir mais, despedi-me dela e abandonei o local. Este fato aconteceu enquanto viajava pela América do Sul. Anos mais tarde, aqui no México, encontrei-me no plano físico com a mesma casa conhecida e seus proprietários. Disse à senhora: já a conheço. Também parece-me have-lo visto em alguma parte – respondeu-me. Expliquei-lhe os mistérios dos desdobramentos astrais e ao dizer-lhe que já havia visitado sua casa em corpo astral, descrevi muitos detalhes da escrivaninha, das borboletas de vidro, os candelabros de prata, etc. e ela ficou surpresa e maravilhada.
É importantíssimo que nunca percamos o sentido da SURPRESA, desenvolvendo a sensibilidade. Não perder a capacidade de ASSOMBRO, pois aqui está uma das chaves para despertar consciência.
Conforme se pode deduzir da história acima, a cada momento, durante o dia,ESPECIALMENTE diante de algo CURIOSO, que chame a atenção, farás a prática já conhecida de SUJEITO, OBJETO, LUGAR, e depois pergunte-se: Estarei fora do corpo físico? Estarei dentro dele? Estará acaso meu corpo dormindo na cama e eu aqui em corpo ASTRAL? Em seguida dê um saltinho com a intenção de flutuar; quando sentir que flutuas no ambiente ou te sentir muito pesado, trate de controlar a emoção, pois do contrário regressarás ao corpo físico.
Como qualquer prática esotérica, é NECESSÁRIA a CONSTÂNCIA. Se tens vergonha da dar saltinho em público, peça licença e faça-o num lugar onde ninguém te veja.
Uma forma prática de substituir o saltinho é pelo “PUXAR O DEDO POLEGAR DA MÃO”. Se este se alonga, obviamente já penetrou na 4ª coordenada; a surpresa que isto nos causa fará com que despertemos em corpo astral. Realize estas práticas várias vezes ao dia; isto fará com que faças as mesmas práticas enquanto dormes.

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